São Paulo - Alvos de constantes protestos e intimidações da Fiel, os jogadores do Corinthians estão preparados para outras "rebeliões" como a do último domingo, em Matão, quando quatro torcedores invadiram o gramado ao mesmo tempo ameaçando e cobrando explicações dos atletas. A maioria adotou seguranças particulares.
"Tenho um segurança que trabalha comigo. Se eu for para algum lugar mais agitado, ele entra primeiro para ver como está e, só depois que volta, entro junto. Prefiro ficar mais por trás", revela o goleiro Gléguer, que chegou ao contato físico com um torcedor durante a invasão do campo da Matonense. "É tipo um guarda-costas mesmo", explica Gléguer.
O goleiro do Timão é um dos poucos a admitir tal proteção. Outros jogadores, como o zagueiro Scheidt e o meio-campista Ricardinho, também possuem homens de confiança ao redor, mas se recusam a usar a mesma definição de Gléguer. Preferem a palavra guia.
"Quando cheguei a São Paulo, chamei uma pessoa para andar comigo. Eu só sabia ir do clube para o hotel e do hotel para o clube. É difícil andar em São Paulo. No Sul, eu não fazia isso. Mas não tinha tanto perigo quanto aqui. Essa pessoa serve para tudo, inclusive proteção", disse.
A proteção pessoal não é vista pelos atletas como uma necessidade somente em tempos de crise. O ajudante de Ricardinho foi contratado em fevereiro de 2000, no mês seguinte à conquista do Mundial. "A gente tem que se precaver. Ainda mais hoje em dia, com o alto índice de roubos que existe. Tem de ter atenção, saber por onde anda e nunca estar sozinho".
Outro jogador visado pela Fiel, o atacante Paulo Nunes anda com segurança particular desde que foi vítima de um seqüestro-relâmpago, quando jogava pelo Palmeiras.