Rio - A campanha do Americano no Estadual está provando que dinheiro não é tudo. Apesar de ter a folha salarial mais baixa entre os 12 clubes que disputam o campeonato, o time de Campos é um dos quatro finalistas da Taça Guanabara e já sonha com o desafio de disputar o título. Para isso, terá de passar pelo todo-poderoso Fluminense, no Maracanã.
Se os grandes clubes formam um mundo à parte, em que jogadores ostentam carros importados e mansões, no Americano o panorama é diferente. O lateral-esquerdo Rondinelli, por exemplo, que despertou o desejo de clubes turcos e gregos, recebe R$ 2 mil por mês.
Com esse salário, ainda não conseguiu comprar um carro e percorre 40 quilômetros de ônibus entre São João da Barra e Campos para treinar.
Rondinelli teria de trabalhar um mês inteiro sem gastar nem um centavo para comprar os bancos e o bagageiro do Pajero que o zagueiro César, do Fluminense, adversário deste sábado, adquiriu recentemente. "A briga é desigual. A gente enfrenta jogadores que recebem cem mil, 200 mil reais. As dificuldades são grandes para se conquistar alguma coisa na vida", lamenta Rondinelli, autor do gol da vitória sobre o Botafogo, que garantiu a vaga nas semifinais.