Rio - A Justiça está cada vez mais próxima do
presidente do Vasco, o deputado federal Eurico Miranda (PPB-RJ). O Supremo
Tribunal Federal (STF) autorizou nesta sexta-feira a abertura de inquérito
penal contra o dirigente, bem como a quebra dos sigilos fiscal e bancário
dele e de sua mulher, Sylvia, desde 1995. Eurico é acusado de crime contra o
sistema financeiro nacional e de lavagem de dinheiro.
A abertura de inquérito depende ainda de uma licença da Câmara
dos Deputados, sendo que 20 pedidos do STF para que parlamentares sejam
processados ainda vão entrar em votação em março. Caso a licença seja negada
em relação a Eurico, o processo ficará suspenso até que ele perca imunidade
parlamentar.
A decisão de abertura de inquérito e de quebra de sigilo foi do
ministro Sydney Sanches, a partir de um pedido do procurador-geral da
República, Geraldo Brindeiro. Sanchez, que considerou o pedido de Brindeiro
"satisfatoriamente fundamentado", determinou que sejam expedidos ofícios e
carta rogatória para que Geraldo Vazquez seja ouvido pela Justiça americana
a respeito de sua ligação com Eurico nas empresas Lolo Investments e Lolo of
Florida, ambas em Miami. O STF quer saber também a origem dos recursos
usados nas compras dos bens em nome destas empresas.
O ex-presidente do Vasco Antônio Soares Calçada pode ser o próximo a
sofrer abertura de inquérito penal, já que o pedido foi feito nesta
sexta-feira por Geraldo Brindeiro. Com base no inquérito feito pela Polícia
Federal, Brindeiro concluiu que Calçada - junto com Eurico e o administrador
José Joaquim Cardoso - foi responsável pelo acidente em São Januário, que
deixou 168 torcedores feridos. Em notícia divulgada pela Agência Senado, o
presidente da CPI do Futebol, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) se disse
satisfeito com o pedido do STF, pois isso provaria que o trabalho correto
feito pela CPI.