Rio - Romário não vai no barco de Roberto Carlos. O lateral não pega a lancha do Baixinho. Mas eles estão no mesmo time e vão ter que se entender. Desafetos e titulares da Seleção de Leão, eles se encontraram na segunda-feira pela primeira vez desde que começaram a trocar farpas, durante a Copa do Mundo de 1998. E estão escalados para o jogo de quarta, contra o México.
"Sou profissional. Não somos nem nunca seremos amigos. Já vivi situações como esta. Não foi a primeira e nem será a última", disse Romário. Ele elogia o futebol do lateral-esquerdo. "O que temos que fazer é procurar o melhor para o Brasil".
Roberto Carlos, sempre o mais solícito jogador brasileiro, fecha a cara quando o assunto é Romário. "Não tenho a mínima vontade de falar sobre isso", disse, mostrando a sua insatisfação. Ele repete o discurso de Romário sobre o que acontecerá em campo. "O Brasil está acima de tudo. Nada é mais importante do que defender a Seleção. Faço tudo para ser lembrado e faço o possível para ser liberado e jogar pelo meu país. Vocês acham que vou deixar de passar a bola para o Romário marcar? Claro que não. Estamos juntos e queremos o melhor".
Leão, por sua vez, coloca panos quentes. "Temos uma relação de trabalho e dedicação. Todos devem procurar a superação. Fora de campo, cada um faz o seu rol de amizades".
Romário e Roberto Carlos são desafetos desde a Copa de 1998. Cortado por contusão, o Baixinho virou comentarista dos jogos pela tevê e sempre criticou a participação do lateral nos jogos. Daí para a frente, o relacionamento azedou.
Desde a derrota por 1 a 0 para a Argentina, em abril de 1998, no Maracanã, eles jamais atuaram juntos. Durante esse tempo, o destino fez com que os jogadores, até segunda pela manhã, não ficassem lado a lado em situação alguma.
Nesse meio tempo, Roberto Carlos jogou pela Copa América e Eliminatórias, mas estava suspenso quando o Baixinho foi convocado para enfrentar a Bolívia.