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Na CPI, ex-deputado denuncia evasão de renda
Quarta-feira, 07 Março de 2001, 18h19

Rio - O ex-deputado estadual pelo Rio de Janeiro Francisco Veloso prestou depoimento na tarde desta quinta-feira na CPI do Senado, que investiga supostas irregularidades no futebol brasileiro. Ele presidiu, em 1995, uma CPI sobre evasão de renda nos estádios do estado. Veloso contou que já presenciou Michel Assef, ex-dirigente do Flamengo, colocar diversas pessoas dentro do Maracanã antes de um clássico entre Flamengo e Fluminense.

Segundo Veloso, essas pessoas, que entraram no estádio graças a Assef, não pagaram ingresso, o que representa que o INSS deixou de ser recolhido e diversas entidades relacionadas ao jogo foram lesadas. “Para piorar a situação, quando ele foi abordado por mim, disse que o mando de campo era do Flamengo e ele colocava para dentro do Maracanã quem ele achasse que deveria - afirmou o ex-deputado.

Veloso lembrou que muitas pessoas participavam da evasão de renda nos estádios do Rio de Janeiro, dentre elas, autoridades, funcionários da Suderj e da Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj). O ex-deputado falou que uns acusavam os outros, mas na hora de depor na CPI garantiam não saber nada sobre evasão de renda.

Ao responder uma pergunta feita pelo relator da CPI, senador Geraldo Althoff (PFL-SC), o ex-deputado contou que já foi ameaçado por ter proposto esta Comissão em 1995.

“Várias ameaças estão gravadas na secretária eletrônica da minha casa. Antes de um Fla-Flu no Maracanã, uma rapaz telefonou e se apresentou como ex-jogador de Vasco e Flamengo e funcionário da Suderj. Ele mandou eu tomar cuidado, pois meu trabalho na CPI estava desagradando muita gente”, afirmou Veloso, que acredita que não existia uma quadrilha agindo na questão da evasão de renda, mas sim grupos separados que se toleravam.

Veloso contou ainda que, por várias vezes, viu ambulâncias, da empresa de saúde responsável pelo atendimento no estádio, levar cerca de dez pessoas para dentro do estádio. Ele negou que a empresa tivesse contrato com a Suderj. “Procurei saber do presidente da Suderj se havia algum contrato assinado para a empresa colocar aquelas ambulâncias ao lado do campo, mas não havia. A empresa fazia como se fosse filantropia”, afirmou Veloso.

O ex-deputado contou que o atacante Romário foi por várias vezes convidado para depor na CPI de evasão de renda, mas nunca apareceu para falar aos deputados, mesmo quando foi intimado. “Como não compareceu à convite, foi intimado, mas mesmo assim não foi. A CPI foi chegando ao fim e terminamos não colhendo o seu depoimento”, afirmou Veloso.

No fim da reunião, Althoff disse que a evasão de renda gera sonegação fiscal e previdenciária, sendo assim, precisa ser combatida.

L!Sportpress


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