Rio - Os estádios de futebol são quase uma segunda identidade dos times. O São Paulo tem o pomposo Morumbi; o Fluminense, o charme das Laranjeiras; o Vasco, a ajuda de São Januário; o Sport é o Leão da Ilha e por aí vai. Em todos os casos, o local fica conhecido pelo nome do bairro e acaba sendo adotado pela torcida, como o Maracanã, no bairro do mesmo nome, no Rio.
Porém, o Náutico quer dar um basta nisso. O clube, apelidado de Aristocrático, nasceu em berço esplêndido, no luxuoso bairro de Nossa Senhora dos Aflitos, onde ficam a sede e o estádio, conhecido no Brasil inteiro como Estádio dos Aflitos. Só que o presidente do clube, o deputado estadual André Campos, está lançando uma campanha para que ninguém mais chame o campo do Náutico dessa maneira.
O dirigente decidiu romper com a tradição, já centenária, para acabar com as brincadeiras de rubro-negros do Sport e tricolores do Santa Cruz. "Não há ninguém aflito, para sermos chamados assim. Esse é o nome do bairro, não do estádio".
O dirigente usa um argumento para dizer que está coberto de razão: o verdadeiro nome do estádio é Eládio de Barros Carvalho. "Podem chamar por esse nome, uma bela homenagem a um dos nossos sócios beneméritos", afirmou André Campos, que assumiu o clube no começo do ano, depois da renúncia de Fred Oliveira.
Ele pede à imprensa pernambucana para começar a chamar o Estádio dos Aflitos de Estádio do Náutico. Só que a vontade do presidente não está vingando. Até agora, o seu pedido não emplacou, já que imprensa e torcida continuam chamando pelo mesmo nome.
Mas o pior virá se o presidente do Náutico conseguir o seu intuito. Os torcedores deixarão o nome Aflitos de lado e passarão a apelidar o estádio de Angustura, nome da rua em que foi construído. Angustura significa desfiladeiro, garganta, passagem estreita. E é também nome de uma árvore da família das rutáceas.