Rio - O Troféu Brasil de Triatlo não terá mais a participação de Sandra Soldan. Brasileira mais bem colocada nos Jogos Olímpicos de Sydney, a triatleta do Vasco decidiu abandonar de vez a competição, depois de ter sido desclassificada pelos organizadores na etapa de abertura do campeonato, neste domingo, na praia do Gonzaga, nesta cidade.
Revoltada com o que classificou de perseguição dos organizadores, que a desclassificaram da prova sem qualquer explicação, ela disse que não quer mais passar pelos problemas que enfrentou em Santos. Melhor triatleta do Brasil na atualidade, Sandra liderava a primeira etapa do Troféu Brasil já durante o ciclismo quando um fiscal a obrigou a parar por um minuto sob a alegação de que precisava arrumar o número em sua camisa:
“Foi uma arbitrariedade. A gente compete com número nas pernas, braços e camisa. É número em tudo quanto é lado. Não deveriam ter-me mandado parar”, declarou Sandra.
Com a punição, a vascaína caiu para o terceiro lugar, mas conseguiu recuperar a liderança. Só que depois disso recebeu determinação da organização da prova para parar novamente, após ultrapassagem sobre um retardatário. “ Fiz tudo de acordo com as regras da prova. Passei o retardatário pelo lado esquerdo, em menos de 20 segundos. Enfim, tudo direitinho. Mas um fiscal disse que eu havia cometido outra irregularidade e mandou que eu parasse novamente por um minuto. No final, perdi dois minutos, mas ainda assim, consegui o segundo lugar”, disse Sandra Soldan.
O pior ainda estava por vir. Já revoltada por ter perdido a chance de garantir o primeiro lugar, Sandra Soldan foi surpreendida quando informada de que não iria nem para a premiação porque fora desclassificada. “A organização esperou mais de uma hora e meia para dizer que havia me desclassificado. Quando fui perguntar o motivo da punição, não souberam me explicar. O problema é que estão de perseguição comigo. Por isso, não vou participar mais do Troféu Brasil. Tudo o que aconteceu em Santos foi um absurdo”, lamentou a atleta do Vasco, que vai se dedicar mais às provas no exterior.
A vitória foi de Carla Moreno (SP), enquanto Gisele Bertucci (PR) acabou herdando o segundo lugar de Sandra Soldan. No masculino, o argentino Oscar Galindez foi o primeiro, seguido por Alexandre Manzan (DF) e Virgílio de Castilho (RJ).