Rio - Como saldar uma dívida de mais de US$ 300
milhões (R$ 600 milhões)? Para os clubes argentinos, revelar jogadores e
negociá-los com equipes européias por quantias milionárias, além de
conquistar os títulos mais importantes do continente não basta. Falidos, os
times também não conseguem arrecadar com a venda de ingressos e direitos de
TV, e muito menos com os contratos de patrocínio. Juntas, as 20 equipes que
disputam a primeira divisão, movimentaram no ano passado US$ 265 milhões (R$
530 milhões), mas o lucro foi de apenas US$ 26 milhões (R$ 42 milhões),
valor insuficiente para tirar o futebol do país do vermelho.
Para o
vice-presidente do Velez Sarsfield, Juan Carlos Gonzales, a crise no esporte
é apenas um reflexo da situação econômica complicada que a Argentina vem
atravessando nos últimos anos. “Os torcedores que costumavam ir a todos os jogos simplesmente não
têm mais dinheiro para acompanhar seus clubes”, analisa.
O aumento da violência também é citado para explicar a falência do
futebol no país. “Estão todos com medo e por isso ninguém mais vai aos estádios”,
acredita o dirigente do River Plate, Roberto Jacobi.