São Paulo - O Jabaquara está se retirando dos campos. A decisão não é definitiva, mas a B-2 do Campeonato Paulista não terá a presença do ilustre Leão da Caneleira. Com caixa zerado e dívidas a pagar, o time pediu à FPF licença para não disputar o Paulistão, desmontou o time e vai buscando equilibrar as contas com a locação da quadra de futsal, as mensalidades de cerca de 120 sócios e o aluguel de espaço publicitário nos muros do clube.
"Tentei fazer com que o futebol não fosse sacrificado neste momento, mas não deu ", afirma Sérgio dos Santos Silveira, presidente do clube, que tomou posse em janeiro.
Não é a primeira vez que o Jabaquara toma um atitude dessas. Em 1967, o time pediu licença à FPF e ficou dez anos sem disputar competições oficiais. Em 31 de outubro de 1975, o Jabaquara disputou um amistoso com a Portuguesa Santista, no estádio Ulrico Mursa, como preparação para a volta ao futebol. Em 1977, participou da Terceira Divisão do Paulistão.
"Aquela licença foi diferente dessa. Ali, ficamos totalmente parados. Não tínhamos nem campo para jogar futebol", afirma Silveira.
No começo do ano, a direção do Jabaquara chegou a se reunir com representantes do Santos para tentar uma parceria. A idéia sugerida pelo Jabaquara era que o Santos emprestasse seu elenco de juniores para disputar a B-2 com a camisa amarela do Leão. Mas os dirigente do Peixe não toparam.
Então Silveira recorreu ao outro time de Santos, a Portuguesa. Segundo ele, a idéia foi bem aceita, mas também não se chegou a um acerto.
"A quantia prometida pela FPF para os times da B-2 é irrisória. R$ 2 mil por jogo. Se fosse um campeonato regionalizado, em que jogássemos num raio de 100 km, até que dava. Mas não tem condições de ir a Mocóca, por exemplo, com R$ 2 mil", reclama Silveira.
O dirigente enfatiza que o clube tem uma boa situação patrimonial, o que pode ajudar na reerguida que pretende impor ao Jabaquara. "Temos um terreno de 67 mil metros quadrados. Dois terços dele estão desocupados. Minha idéia é encontrar um parceiro que queira investir para ganhar dinheiro com algo que não seja necessariamente ligado ao futebol", conta o dirigente.