Rio - Na linguagem do torcedor, os volantes são conhecidos como cabeças-de-bagre. Normalmente, são considerados os jogadores de meio-campo de menor qualidade técnica. Mas o técnico Zagallo vem provando no Flamengo que, havendo obediência tática, um time pode jogar com até três deles.
E foi na sua estréia na Copa João Havelange, no ano passado, que Zagallo não só lançou três volantes, para espanto geral, como acabou goleando o rival Vasco por 4 a 0. E é desta maneira que o Flamengo vem atuando em 2001, com Jorginho, Rocha e, agora, com o retorno de Leandro Ávila.
"No Flamengo, estamos voltados mais para a evolução. O homem de criatividade é Petkovic. Se escalo, por exemplo, Iranildo ao seu lado, vou acabar no 4-2-4", explicou o técnico.
Assim, um dos volantes do esquema de Zagallo tem a obrigação de encostar mais no ataque.
"O futebol moderno pede isso. É cada vez mais importante não só marcar como saber criar também", afirmou Rocha.
Jorginho concorda com o companheiro. "Leandro fica mais fixo e, num revezamento, eu e Rocha encostamos mais no ataque, chegando como homens surpresa. Como joguei mais à frente no Olaria, às vezes dou aquelas arrancadas loucas.
Por jogar mais atrás, não é à toa que Leandro Ávila ainda não marcou nenhum gol pelo Flamengo.
"O volante tem de ser objetivo. Não pode inventar. Mas muita gente não vê a roubada de bola que resulta num gol. Tudo funciona como se fosse uma orquestra".