Salvador - Os baianos amantes da velocidade têm motivos de sobra para estar pulando de felicidade. É que muito provavelmente a capital baiana irá sediar em 2002 uma etapa da Fórmula Indy, campeonato de automobilismo promovido pelo grupo americano Cart. No início da manhã de quinta, Salvador recebeu a visita do ex-campeão de Fórmula-1 e Fórmula Indy, Émerson Fittipaldi, que, a convite da prefeitura municipal, foi conhecer de perto as possibilidades oferecidas pela cidade.
Fittipaldi detém os direitos de transmissão televisiva e organização da competição no Brasil e está à procura de uma nova cidade para abrigar a corrida em 2002, já que o Brasil ficou de fora do campeonato neste ano. A prefeitura do Rio não quis bancar os custos e, assim, a Cart cancelou a prova. A Fórmula Mundial é exibida atualmente para cerca de 200 países.
"Sem dúvida, uma prova de automobilismo que combina com o perfil turístico de Salvador", observou o campeão.
Segundo ele, apesar de outras cidades brasileiras estarem no páreo para sediar a etapa da corrida, a capital baiana tem peculiaridades que facilitarão esta escolha. "Além de ser uma cidade belíssima e litorânea, Salvador tem um aeroporto internacional, que facilitará o acesso das equipes e equipamentos, e ainda possui um forte perfil turístico", avalia. Sem agenda definida ainda para próximos encontros em Salvador, o campeão voltou para São Paulo no final no dia.
"A Bahia é um estado que tem crescido muito e despontado para realizações desse nível. Além disso, não faltam atrativos na primeira capital do país", pontuou o desportista. Além de conhecer melhor a cidade, Fittipaldi participou, no turno vespertino, de uma reunião com o prefeito Antonio Imbassahy para definir os tópicos iniciais do projeto para a realização da Fórmula Mundial na Bahia.
De acordo com Fittipaldi, se efetivada a possibilidade de realização em Salvador, a etapa brasileira deverá acontecer num circuito de rua e movimentará cerca de US$70 milhões em recursos. "A idéia é realizar inicialmente um circuito de rua, como acontece na Fórmula-1, em Mônaco, e depois partir para a construção de um autódromo", esclareceu Émerson.
Durante a manhã, Fittipaldi analisou mapas e fotos de diversas avenidas de vale e deu um passeio panorâmico sobre a cidade para analisar as possibilidades de instalação do circuito. Entre os locais cogitados a princípio, foram destacados o Circuito do Carnaval na Barra, a Avenida Adhemar de Barros (Ondina) e a Avenida Contorno, local que segundo o corredor lembra o circuito de Mônaco, por margear o mar. A Avenida Paralela também foi citada como possível local da prova.
Na reunião com o prefeito Imbassahy, Émerson tratou da definição de detalhes para a realização do evento. "Será uma honra para Salvador sediar um grande prêmio automobilístico. Estamos muito interessados nesta proposta, que possibilitará a projeção da cidade internacionalmente. Por isto, estudaremos cuidadosamente e com seriedade todas as alternativas para fazer este desejo se tornar realidade", afirmou Imbassahy pouco depois da reunião, que aconteceu a portas fechadas. Fittipaldi salientou que é importante o Brasil entrar nesta corrida para voltar a ser sede de uma etapa da F-Mundial em 2002, pois existem outros países do mundo também interessados no evento.
Émerson lembrou que uma corrida da categoria atrai cerca de 1.200 profissionais que atuam nass equipes e nos bastidores da organização. Ele relatou que as cidades que possuem um GP ganham uma movimentação intensa durante dez dias, desde a chegada dos equipamentos e dos profissionais de imprensa de todo o mundo, até as promoções que as equipes fazem com os pilotos e ainda as festas dos patrocinadores e eventos paralelos, como feiras e espetáculos que acontecem no período das corridas.