Rio - O presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella, não poupou críticas ao ex-jogador Sócrates, um dos principais defensores da lei que extingue o passe no futebol brasileiro e que entra em vigor nesta segunda-feira:
“O Sócrates fala que nós, dirigentes de clubes, somos escravocratas. Nunca vi um escravo ganhar R$100 mil por mês. Pois é esse o salário que ganha um jogador num grande clube”, disse Perrella na manhã desta segunda-feira.
E o dirigente seguiu atacando o ex-jogador: “O Sócrates nunca fez nada pelo futebol de nosso país. É um cachaceiro e todo mundo sabe disso. Ele levava cachaça para a concentração nos tempos em que defendia a seleção brasileira”, disparou Perrella.
Para o presidente do Cruzeiro, a candidatura de Sócrates à presidência da CBF é uma piada: “Ele fica posando de paladino da justiça, mas não tem moral para assumir um cargo desta importância”, opinou o dirigente mineiro.
A rixa entre Perrella e Sócrates veio à tona após uma entrevista dada pelo ex-jogador, na qual ele levantou suspeitas sobre a antiga parceria entre o Cruzeiro e a Energil-C, que se encerrou após a venda do atacante Fábio Júnior, em 98, por US$15 milhões, à Roma, da Itália: “Curiosamente, após essa transação milionária, a parceria entre Perrella e Energil-C acabou. Qual foi o real motivo, ninguém sabe”, insinuou Sócrates na entrevista.
O presidente cruzeirense se revoltou com as declarações, partiu para o ataque pessoal e avisou que Sócrates terá de se explicar perante a Justiça: “Acionei meus advogados e já tomei providências”, garante o cartola.
Sobre a lei de extinção do passe, Perrella disse que os empresários de jogadores devem ser os únicos que a estão festejando: “Os empresários devem estar em festa, pois os atletas vão ficar definitivamente sob os seus domínios durante toda a carreira”.
Deputado federal pelo PFL, Perrella informou que participará da comissão que trata sobre a lei, que deverá sofrer algumas emendas: “Essa lei precisa de algumas emendas para o bem do futebol brasileiro”, afirmou.