Salvador - O campeão mundial dos superpenas, versão Organização Mundial de Boxe (OMB), Acelino Popó Freitas, disse na segunda-feira que está magoado com seu ex-treinador, Luiz Dórea, que o boxeador diz conhecer há 12 anos. "Ele é até padrinho do meu filho, acho que tinha de puxar para o meu lado e não para pessoas que conheceu há três, quatro anos", disse, referindo-se ao seu ex-empresário, Ruy Pontes.
Popó rompeu contrato com Pontes, pois achava que estava sendo enganado na divisão dos lucros. Segundo ele, seu empresário ficava com 75% da renda de sua lutas. O pugilista ficava com o restante. Além do empresário, o boxeador também trocou de treinador
"Sou o único campeão com 29 lutas e 29 nocautes e essas pessoas não me valorizavam, só olhavam para o lado financeiro", reclamou, sentindo-se injustiçado. "Eu dando minha cara no ringue, apanhando, capaz de perder minha vida para ganhar só 25%? Não dá", desabafou.
A mágoa de Popó é tão grande que ele quer evitar qualquer contato com o ex-empresário e com o ex-treinador. "Não quero nem papo, se puder tirar minha mãe da Cidade Nova (bairro onde o pugilista cresceu) vou tirar só para não passar pela rua da academia dele", declarou o campeão, afirmando que se Dórea fosse realmente seu amigo não deixaria ele ganhar apenas 25% por tanto tempo.
A carreira do pugilista passa a ser administrada agora pelo empresário mexicano Ricardo Maldonado Jr, que já organizava as lutas de Popó no exterior. Seu novo treinador deve ser Toni Rivera, o mesmo do campeão dos galos da OMB, Marco Barrera. Popó viaja para os Estados Unidos esta semana onde fará uma luta preparatória para pegar seu adversário mais forte, o cubano Joel Casamayor, campeão dos superpenas na versão Associação Mundial de Boxe.