Barra do Riacho – O Riachuelo vai abandonar o Estadual se a Federação mantiver as punições por causa dos incidentes de domingo na partida contra o Estrela no Estádio Ariobaldo Vieira. A ameaça foi feita pelo presidente Valdir Vieira, que anunciou para esta quarta-feira a oficialização da saída na Federação.
O Riachuelo perdeu os pontos do jogo de domingo e mais o mando de campo das três próximas partidas. Aos 23 minutos do segundo tempo, o assistente José Luís Vieira foi atingido na cabeça por objeto lançado por um torcedor e a partida foi interrompida, quando o Estrela vencia de 2 a 1.
A diretoria do Riachuelo considerou injusta a punição imposta pela Federação e enviou na terça-feira à imprensa, por fax, cópia de um boletim de ocorrência policial feito pelo soldado Sampaio, para provar que o torcedor que atirou o objeto não foi identificado. No texto, é citado que "o árbitro auxiliar disse que um torcedor do Estrela teria efetuado várias pedradas minutos antes de ser atingido, mas que o objeto lançado poderia ser de outro torcedor não identificado".
Mas o árbitro do jogo, Walace Valente, quando soube do boletim de ocorrência mostrado pela TV Gazeta, estranhou o fato. Ele apresentou o documento original, em que a caligrafia e o conteúdo do texto não coincidem com o que foi apresentado pelo Riachuelo. Na cópia mostrada pelo árbitro, o boletim de ocorrência é feito pelo soldado Adilson e recebido pela agente policial Lúcia. No documento, é identificado como Emanoel Delgado da Silva o torcedor detido pelos policiais Gean e Loureiro, vestindo a camisa do Riachuelo, e que teria atirado o objeto no assistente.
O presidente da Federação, Marcus Vicente, disse na terça-feira, de Brasília, por telefone, que a entidade desconhece outro documento que não seja o apresentado pelo árbitro do jogo e pelo delegado. "Não quero comentar a existência de outro boletim de ocorrência. Só quero que tudo seja feito dentro da decência e da imparcialidade. Nem que isso implique punição", disse o dirigente. Ele afirmou que se o Riachuelo desistir do Campeonato, o caso será encaminhado ao Tribunal de Justiça Desportiva. Pelo Código Brasileiro Disciplinar de Futebol, o clube fica dois anos suspenso e só poderá voltar na última divisão de acesso.