São Paulo - A morte de dois fiscais na Fórmula 1 nos últimos seis meses não abalou a paixão que os fiscais brasileiros têm pelo esporte.
Segundo o diretor adjunto de sinalização do autódromo de Interlagos, Antônio Carlos dos Santos Silva, os trabalhadores brasileiros ficaram chateados com os acidentes fatais em Monza, na Itália, em setembro, e na Austrália, em março, mas ninguém desistiu do trabalho "quase voluntário'' que eles realizam.
"Nós conversamos bastante sobre o que aconteceu. Eles ficaram chateados, mas não estão abalados'', disse Santos Silva, sobre a expectativa dos fiscais para o Grande Prêmio Brasil desde domingo.
O acidente na Austrália, primeira prova da temporada, aconteceu depois que parte do carro do canadense Jacques Villeneuve atingiu o fiscal Graham Beveridge, de 52 anos.
A maior novidade de Interlagos este ano é a instalação de locais específicos em que os fiscais devem trabalhar, chamadas de "gaiolas''. "Dificulta um pouca o trabalho do sinalizador por causa do espaço reduzido, mas em compensação ganhamos em segurança'', afirmou Santos Silva, acrescentando que 3 fiscais ficarão em cada uma das 21 gaiolas.
O diretor adjunto de Interlagos contou que 200 profissionais de sinalização trabalham durante todo o ano, por volta de uma vez a cada quinze dias para ganhar uma "ajuda de custo''.
O que todos esperam ansiosos é pela Fórmula 1. Mas nem todos têm o privilégio de trabalhar no maior evento esportivo do automobilismo. A seleção dos fiscais é feita de acordo com a presença nas competições durante o ano. "Os que participaram de mais provas é que recebem o prêmio de trabalhar na Fórmula 1'', disse Santos Silva.
Neste ano, 66 fiscais de pista trabalharão no GP Brasil, entre eles, 12 mulheres. Santos Silva disse que 75 por cento dos fiscais brasileiros são estudantes e os outros têm profissões diversas. "O que move os sinalizadores é a paixão pelo automobilismo'', completou.