São Paulo - O presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Eduardo José Farah, prestou depoimento nesta sexta-feira na CPI da Câmara, que investiga supostas irregularidades no futebol brasileiro. Para agilizar as investigações, a Comissão decidiu ouvir os presidentes de federações em seus próprios estados, por isso Farah falou aos parlamentares na Assembléia Legislativa de São Paulo. O grupo de deputados encarregado de escutar o presidente da FPF foi composto por Léo Alcântara (PSDB-CE), Jurandil Juarez (PMDB-AP), Nelo Rodolfo (PMDB-SP), Chico Sardelli (PFL-SP), José Rocha (PFL-BA), Pedro Celso (PT-DF), Eurico Miranda (PPB-RJ), José Janene (PPB-PR), Aldo Rebelo (PCdoB-SP), presidente da Comissão, e Sílvio Torres (PSDB-SP), relator.
O ponto mais polêmico do depoimento de Farah aconteceu quando ele tentou explicar o motivo pelo qual a FPF demorou dois anos para repassar a um clube francês o dinheiro da venda do meia polonês Piercarski. Segundo Sílvio Torres, a resposta de Farah não agradou aos parlamentares. “O presidente apresentou um documento no qual procurava comprovar que o dinheiro ficou investido no exterior por intermédio de uma empresa suíça, que teria pago cinco por cento de juros. A nossa dúvida é: por que demorou tanto tempo para que esse documento surgisse, se é que ele existia desde aquela época?”, questionou Torres.
Mas Torres disse que o depoimento de Farah foi muito importante para a CPI, pois forneceu aos deputados informações administrativas e técnicas sobre o futebol brasileiro. O relator da CPI lembrou que Farah caiu em contradição no depoimento.
“Ele insiste em dizer que não negocia jogadores com estrangeiros e que as duas únicas vezes em que fez isso foi quando contratou Marcelinho e Piercarski. Mas nós descobrimos que um outro jogador brasileiro, Almir, vinculado a um clube uruguaio, também recebeu dinheiro da Federação para pagar seu empréstimo, depois cedido ao Guarani”, afirmou Torres.
Para Torres, o caso de Almir permite supor que existam outros atletas na mesma situação. Nas próximas semanas a CPI vai continuar investigando as contas da FPF.