São Paulo - O presidente da Federação Paulista de Futebol, Eduardo José Farah, contestou na quarta-feira a informação do colunista Juca Kfouri, do LANCE!, ao comentar seu depoimento à CPI, em coluna da última terça-feira. Segundo Kfouri, Farah teria comprado um apartamento em São Paulo pagando-o em dinheiro vivo, "em notas de R$ 5 e R$ 10". Ainda segundo o colunista, o valor declarado do imóvel (R$ 550 mil) seria contestado pelo mercado imobiliário, que o estimaria em quase o dobro.
Farah irritou-se com a insinuação de que teria usado dinheiro de bilheteria na operação. Ele mostrou ao LANCE! dados da escritura, que dão conta de três parcelas, totalizando R$ 55O mil.
A primeira parcela, de R$ 150 mil, foi paga em 7 de maio de 98 com o cheque 862174 do Banco Itaú. A segunda, de R$ 200 mil, foi paga em 7 de maio de 99, em dinheiro vivo. "Isto não é ilegal", argumentou.
A última parcela, também de R$ 200 mil, foi liquidada com o cheque 517850 do mesmo Banco Itaú.
Farah reafirmou também que a Federação Paulista só fez duas compras de jogadores no exterior.
Sobre o caso de Almir, que veio à tona na CPI, disse que a transação não tinha a FPF como uma das pontas do negócio. O jogador foi transferido para o Guarani do clube uruguaio Central Español, do empresário Juan Figer, por R$ 400 mil. Na CPI um parlamentar mencionou a existência de cheques da FPF para o clube. Farah mostrou documento em que a FPF figura como fiadora do negócio, que foi um empréstimo.
"A Federação está, portanto, correta ao afirmar que só comprou dois jogadores", disse.
Farah rebateu também críticas sobre suposta virada de mesa para ajudar o São Paulo, em 91. O clube havia sido rebaixado em 90. "O regulamento de 91 foi cumprido à risca", disse ele.