Belo Horizonte - Conhecido por ser um técnico frio e racional, Carlos Alberto Castanheira, o Cebola, surpreendeu a todos, no jogo de quinta-feira, ao deixar as lágrimas descerem pelo rosto num instante de dificuldade do Minas/Telemig Celular, no terceiro set da partida contra o Banespa. Apesar de dizer que foi um “momento de fraqueza", devido ao falecimento do sogro Raul, no dia anterior, esta emoção à flor da pele foi determinante para a vitória de 3 a 0 e, mais do que isso, evidenciar a união do grupo.
É justamente esta união que Cebola quer ver novamente em quadra no quarto confronto contra o Banespa, neste sábado, às 20h30 (o canal Sportv anuncia a transmissão ao vivo), em São Paulo. O técnico ressalta que tudo o que podia ser feito no plano técnico já foi alcançado e agora está nas mãos dos jogadores a classificação. “Se continuarmos com esta alegria de jogar podemos ganhar. Não existe mando de quadra. O que prevalece é o padrão de jogo tem que ser mantido até o final de cada partida".
O Minas passou por momentos de sufoco no jogo de quinta e garantiu uma vitória na base da raça e do coração. No terceiro set, o time saiu de um 19-13 e virou o placar, motivado pelas palavras emocionadas do técnico. “Lembrei-me do meu sogro, a quem eu queria dar aquela vitória, quando comecei a fazer as substituições e percebi que a torcida estava calada. Podia-se até ouvir o que estava sendo falado no microfone. Precisamos de algo mais e acabei expondo um momento de emoção", explicou.
Cebola explica as substituições de seus principais jogadores (Giba, André e Maurício), no terceiro set, como uma forma de conscientizá-los. “Quis deixá-los de fora por alguns momentos para que pudessem refletir e entenderem o que eu estava passando. E eles acabaram buscando este resultado. Eu só fui um figurante nesta virada. O mérito da vitória é deles", afirmou Cebola, ainda muito emocionado, logo após a partida em que todos os jogadores dedicaram a vitória ao técnico.
O treinador do Minas não acredita na vantagem hoje contra o Banespa. “Acho que esta vantagem não existe. O adversário apresenta um padrão de jogo muito bom e é um forte candidato ao título. Os resultados até agora não mostraram a realidade dos jogos. Todas as partidas foram muito equilibradas. Só poderemos pensar na final quando fecharmos esta série. Até agora, a vantagem não nos credencia a nada", garantiu o treinador. Um novo ingrediente para a partida de hoje poderá ser o meio-de-rede Douglas Chiarotti, já recuperado de uma cirurgia no quinto metacarpo da mão direita.
Todos os jogos desta série semifinal tiveram o mesmo resultado: 3 sets a 0. Na primeira partida, em São Paulo, vitória do Banespa. No segundo e terceiro jogos, o Telemig Celular/Minas levou a melhor jogando em Belo Horizonte, no ginásio Pio XII.
BANESPA - Leandro, Dirceu, Joel, Axé, Gustavo, Braz e Escadinha (líbero). Técnico: Mauro Grasso. MINAS - Maurício, Giba, Douglas Cordeiro, André, Henrique, Ezinho e Serginho (líbero). Técnico: Carlos Alberto Castanheira (Cebola). Arbitragem: 1º árbitro - George Kuroki (DF); 2º árbitro - Paulo Pacheco (RS). Local: ginásio do E. C. Banespa. Horário: 20h30. Transmissão: Sportv.
Paulistas apostam no saque forte
Saque mais eficiente e muita, muita atenção. É o que o técnico do Banespa, Mauro Grasso, exige de seus jogadores para a partida de hoje contra o Telemig Celular/Minas. O jogo - quarto da série melhor de cinco das semifinais, que apresenta duas vitórias mineiras contra uma - pode definir um dos finalistas da Superliga de Vôlei Masculino. Mas se o time paulista vencer, a decisão ficará para um novo jogo na próxima semana, em Belo Horizonte.
“Jogamos de igual para igual, mas perdemos nos detalhes. Neste sábado, precisaremos ter mais atenção e eficiência no saque. É a forma de quebrarmos o ritmo do Minas", disse Grasso, que também aposta no bom retrospecto de sua equipe nos confrontos realizados em casa. “Aqui quase não perdemos e ainda conseguimos quebrar a invencibilidade deles. Considerando isso e também o fato de que o primeiro e o terceiro jogos das semifinais foram equilibrados, acho que temos tudo para empatar a série."
O técnico ainda não definiu o time que começará jogando neste sábado. Quinta-feira, durante o jogo com o Minas, Axé sentiu uma contusão na perna direita e teve de ser substituído. Joel também sentiu dores na perna esquerda e, embora tenha permanecido em quadra, pode não estar 100% e há a possibilidade de começar no banco. Ambos passarão por avaliação médica e só então Grasso escalará o time.
A esperança no Banespa é vencer as duas partidas que restam para mudar a situação. “Espero que nosso grupo reverta esta o placar desta série, como aconteceu na final do último campeonato paulista, quando viramos contra o Zip.Net/Fenabb de Suzano. O aspecto psicológico precisa estar perfeito. O Telemig Celular/Minas virá muito confiante querendo finalizar, mas terão a tranqüilidade de poder perder e ainda decidir em casa", disse o técnico do Banespa.