Florianópolis - O cenário do confronto entre Brasil e Austrália pela Copa Davis era típico de fim de festa na segunda-feira, em Florianópolis. Além de toneladas de sujeira, a arena construída na Avenida Beira-Mar Norte começava a ser desmontada, depois de 60 dias de corrida contra o tempo para terminar as obras no prazo. O que era para ser uma grande comemoração acabou de forma melancólica com a derrota brasileira por 3 a 1 para os australianos.
Na segunda, tudo parecia como numa grande ressaca com direito a “dor de cabeça”, e muito lixo produzido por cerca de 12 mil pessoas que durante os três dias da competição consumiram milhares de garrafas de água mineral, refrigerantes, cerveja, lanches, e foram brindados com outros milhares de papéis promocionais que acabaram pelo chão.
Nivanaldo Medeiros, o Bebé, representante da Confederação Brasileira de Tênis, e responsável por toda a parte de montagem dos estandes de patrocinadores, além da praça de alimentação, explicou que até quarta-feira tudo estará desmontado e limpo. Já a estrutura metálica da arena, deve levar um pouco mais de tempo, entre 10 e 15 dias para sumir do local. Quanto a limpeza, só depois que todas os ferros estiverem no chão é que será possível recolher os entulhos. O campo de futebol da Associação dos Moradores da Agronômica vai ser reconstruído após tudo isso, conforme acordo firmado entre o presidente da entidade Ademar da Silva e a Federação Catarinense de Tênis (FCT).
Depois de três dias fechado, o mercado Direto do Campo reabriu na segunda pela manhã, e os comerciantes se queixaram de prejuízos. Elder Besen, gerente da área das verduras não ficou satisfeito. “A gente foi prejudicado”, disse, mas sem saber contabilizar números. Para compensar os dias fechados, a Prefeitura ofereceu aos verdureiros uma lona e barracas numa área do bairro Trindade, para que os comerciantes pudessem trabalhar nestes três dias. Já os boxes que vendem fiambres, laticínios, e carnes, receberam uma indenização de R$ 1 mil, pouco mais de R$ 300 por dia, pagos pela FCT. “Nós comercializamos o dobro disso por dia”, reclamou Ricardo dos Santos, do Box do Italiano. Ricardo disse que a Davis atrapalhou o negócio deles, principalmente pela falta de estacionamento dos clientes, que na segunda ainda permanecia fechado, além da sujeira em frente ao mercado.
A creche Irmão Celso, que cedeu algumas salas para a organização da Davis, não tinha reclamações. Segundo a diretora Regina Fornari, foi muito emocionante acompanhar de perto toda a construção e montagem da estrutura, além de participar de um evento grandioso como a Copa Davis. “As crianças só não foram atendidas na sexta-feira, mas nos demais dias atendemos normalmente e elas curtiram muito a oportunidade de ver o Guga de perto”, disse Regina. “Jornalistas de todo o país, além de estrangeiros, estiveram aqui e puderam ver de perto também o nosso trabalho numa creche pública da Prefeitura”, concluiu.