Belém - Uma conversa de aproximadamente 30 minutos entre o técnico Valter Ferreira e os jogadores marcou a reapresentação do plantel do Remo, ontem, após o empate por 2 a 2 contra o Castanhal, pelo Campeonato Paraense. O teor da reunião foi um só: fazer comentários sobre a atuação dos atletas no jogo de domingo e pedir que o time volte a entrar em campo determinado contra o Botafogo (RJ), pela Copa do Brasil, amanhã, no Maracanã.
O espírito de luta que vem sendo cobrado por Valter Ferreira é, acima de tudo, para evitar que o time caia no clima de já ganhou, que, segundo o treinador, pode ter atrapalhado no jogo contra o Castanhal. “A equipe negligenciou, talvez até inconscientemente. Não houve a mesma dedicação do jogo contra o Botafogo e isso poderia até ter nos custado uma derrota. A recuperação só veio depois que tínhamos pecado”, declarou.
Valter Ferreira pediu ainda para que os jogadores não se deixem intimidar pela tradição e pela grandiosidade que cercam o time carioca. Como o Remo é formado, em sua maioria, por atletas jovens que nunca jogaram no Maracanã. O técnico tratou de exorcizar a ansiedade do elenco. “Temos que trazer apenas as coisas positivas para nós. Vamos enfrentar o Botafogo e temos que espantar aqueles fantasmas de Maracanã, de time grande, Rio de Janeiro, etc. O Maracanã é um campo normal como outro qualquer e temos que encarar assim”, destacou Ferreira.
Ainda hoje, assim que desembarcar no Rio de Janeiro, a delegação remista deve fazer uma visita ao Maracanã. Charles Guerreiro, que é um profundo conhecedor do estádio, servirá como guia turístico para a garotada.
Vantagem - Embora o Remo entre em campo nesta quarta-feira jogando pelo empate, o time prefere não arriscar e vai usar da máxima de que no futebol a melhor defesa é o ataque. O recurso do empate só será utilizado nos minutos finais, caso haja necessidade. Fora isso, o técnico Valter Ferreira quer um time determinado a conquistar a vitória. “O laboratório acabou. Agora, é competição”, afirmou.
Assimilando as orientações da comissão técnica, o meio-campista Jurinha, que ficará no banco de reservas, afirma que é importante que o Remo respeite o Botafogo, mas não espere que o adversário tome a atitude do jogo. “No Maracanã, todo cuidado é pouco. Temos que respeitar o adversário, mas não podemos ficar com medo de jogar. Temos condições de fazer uma boa partida e entrar para vencer. Mas, existe a classificação também. Se o empate for um bom resultado e o jogo estiver em 0 a 0, no segundo tempo, por que não administrar para que a gente possa sair para a próxima fase?”