Londres - A crise entre os Estados Unidos e a China por causa do avião de espionagem norte-americano que sobrevoava o território da China será apenas como um breve obstáculo na corrida do governo chinês para conquistar as Olimpíadas de 2008, cuja escolha acontece em julho, disseram fontes do Comitê Olímpico Internacional, o COI.
Pequim fez uma campanha que deixou ótima impressão -- apresentada por funcionários falando inglês fluente e acompanhada por detalhados CD-Roms -- e é ainda a favorita para desbancar Toronto, Paris, a cidade japonesa de Osaka e Istambul (Turquia), e garantir as Olimpíadas na China pela primeira vez.
A crise causada pelo incidente com o avião de espionagem norte-americano não deve ser suficiente para abalar o favoritismo chinês. O Comitê Olímpico Internacional se reúne no dia 13 de julho em Moscou para fazer a escolha. ''Pequim é uma forte candidata e não há nada que mude esta posição'', disse um membro do COI nesta quinta-feira.
''Acho que a cidade tem superado todo tipo de crítica (nesses meses) do modo mais correto. Comparado à campanha feita há sete anos, eles aprenderam muito. Não acho que meteram os pés pelas mãos'', completou o membro do COI.
O COI, no entanto, é uma organização extremamente complexa com diversas posições políticas. Poucos arriscam adivinhar a cidade escolhida com três meses de antecedência, especialmente porquê as últimas semanas antes da votação podem ser decisivas.
Tanto que na corrida para os Jogos de 2004, Atenas superou a favorita Roma nos últimos meses antes da votação de 1997. Pequim concorre com uma campanha que agrada ao COI com palavras que descrevem sua candidatura como a ``As Olimpíadas Ecológicas'', ``As Olimpíadas Hi-tech'' e ``As Olimpíadas do Povo''.