Rio de Janeiro - A história do Flamengo na temporada 2000/2001
da Superliga Feminina de Vôlei poderá ter o seu último capítulo contado aos
seus torcedores nesta terça-feira, às 20h30min, no ginásio do Maracanãzinho.
Uma nova vitória sobre o arqui-rival Vasco no quarto jogo decisivo da série
melhor de cinco (Fla lidera por 2 a 1) dará as meninas rubro-negras o tão
sonhado título da competição.
Para que este sonho venha a se tornar realidade nesta terça-feira, a
equipe comandada pelo técnico Luizomar de Moura fez um pacto onde a
humildade e o respeito ao adversário são os principais pontos a serem
seguidos. Soma-se ainda, a união entre as jogadoras, que vem sendo o
diferencial na hora da verdade.
“Estamos próximos do nosso objetivo que é o título da Superliga,
mas não ganhamos nada até agora. Minhas jogadoras entrarão em quadra neste
quarto jogo sem o tradicional clima de "já ganhou". Temos que respeitar o
adversário acima de tudo, e mais uma vez o fator emocional será decisivo
neste momento - afirmou Luizomar que aguarda uma mudança tática do Vasco
neste quarto jogo.
“É bem provável que a Isabel virá com alguma mudança tática no seu time.
Realizamos um trabalho secreto em nossos treinamentos para evitar qualquer
tipo de surpresa”, completou.
Uma das mais confiantes na recuperação do Vasco é Fernanda
Venturini. Principal estrela da equipe, a levantadora lembra que o grupo
passou por situações difíceis na competição e deu a volta por cima. Ela usa
até o exemplo dos confrontos com o Rexona, pela semifinal, para justificar
seu argumento de que o time joga melhor sob pressão:
“Ganhávamos por dois a zero e permitimos o empate. Quando todos
achavam que o Rexona viraria porque estava mais embalado, o Vasco mostrou o
seu poder de reação. A gente joga melhor sob pressão. Agora é a nossa vez de
dominar”, disse Fernanda Venturini.
A jogadora, que conquistou nove títulos em onze finais
disputadas, acredita que a habilidade de cada uma conta muito em uma decisão
marcada pela batalha tática:
“Elas conseguiram nos surpreender no último jogo. Faltou ao nosso
time saber jogar com uma bola diferente para fugir do bloqueio. Mais do que
nunca o jogo está encurralado, muito estudado dos dois lados. O que a gente
precisa fazer é eliminar os erros individuais e corrigir o posicionamento da
mão na hora do bloqueio, para pelo menos proporcionar o contra-ataque”,
explica Fernanda, que fará de tudo para adiar sua aposentadoria para o
próximo fim de semana.
Para a técnica Isabel, a recepção foi o único fundamento que
funcionou na última partida. Para o quarto jogo, necessariamente, o saque e
o bloqueio precisam melhorar:
“Vencemos o segundo jogo sacando e bloqueando muito bem. O
caminho é esse. O que não pode acontecer novamente é tomarmos oito pontos
num rodízio. Paramos numa rede e não conseguimos virar a bola. Faltou
lucidez naquele momento - disse a treinadora, referindo-se ao quarto set,
quando o jogo estava empatado em 11 pontos e o Vasco permitiu que o Flamengo
abrisse uma vantagem de 19 a 11.