Vagner Magalhães
São Paulo - O treinador Aderbal Lana, que completa cinco anos na direção do São Raimundo em junho, tem um título invejado pelos times da região. O de tricampeão da Copa Norte. Neste ano, a equipe chegou à conquista depois de bater o Paysandu nas finais. Perdeu por 1 a 0 em Belém e devolveu o resultado em Manaus.
As conquistas com a equipe e o jeito desembaraçado ao falar, despertaram o interesse de outros times da região pelo seu trabalho. Porém, Lana explica porque não deixou o São Raimundo até agora. ''Não posso trocar o certo pelo incerto. Aqui planejamos todo um trabalho e agora estamos colhendo os resultados. E nem sempre é possível conseguir isso aí fora.''
Lana diz ter mais vontade de falar do que pode, mas se contém por um simples motivo: a falta de provas: ''no futebol a gente presencia muita coisa, mas é muito difícil ter provas. Mas posso te garantir que sujeira por baixo do tapete é o que não falta.''
No seu currículo de técnico ele dirigiu equipes como Goiás, Mixto, Nacional-AM e teve uma passagem de seis anos pela Arábia Saudita, onde pegou os petrodólares. ''Financeiramente posso dizer que estou bem. Estou construindo uma boa casa em Goiás e vou tocando a minha vida. Não preciso fazer nenhuma loucura para sobreviver'', conta.
Apesar de todo esse tempo na direção do São Raimundo, ele já marca a sua despedida do time para o final do ano. ``No final do ano devo deixar a equipe. É muito tempo e não tem jeito, a gente acaba se desgastando.'' Lana diz que não tem compromisso formal com o clube, mas vai cumprir a palavra, que estipula o contrato até o final de 2001.