Roma - O juiz francês Nicolas Chareyre e o procurador Gilbert Cervoni anunciaram que estão decididos a assinar um mandado de prisão internacional contra o ex-zagueiro brasileiro Edinho. Os dois magistrados parisienses apontam Edinho como um dos intermediadores da compra e venda de passaportes (portugueses, italianos, alemães e até gregos) forjados ou falsos para jogadores não nascidos em países da Europa comunitária.
Segundo o jurista Luiz Inácio Araripe Marinho, da Defensoria Pública do Rio, caso o mandado seja expedido, Edinho poderá ser preso em território francês ou em qualquer outro país que tenha acordo de extradição com a França. Nem mesmo no Brasil o ex-jogador, que atualmente empresaria e representa outros atletas brasileiros, poderá estar seguro. Segundo o jurista, os franceses podem solicitar ao Ministério das Relações Exteriores uma autorização para efetuarem a prisão em território brasileiro. "Mas aí é mais difícil. É uma questão de soberania nacional", avalia Marinho.
O advogado do jogador brasileiro no Rio, Felipe Amadeo, acredita que tenha havido um mal entendido na divulgação da notícia. "Não deve ser um mandado de prisão, mas o que os franceses chamam de mandat d’arrêt, que é apenas o início de um processo investigatório da polícia francesa, um recurso que eles usam para aplicar um garde à vue, que é a retenção de um suspeito por até 48 horas para que ele seja ouvido e preste um depoimento em juízo. O código francês é brutal e dá pouca margem à defesa, porque enquanto o suspeito não se apresentar, nós não temos acesso ao processo".