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Técnico do Botafogo teme novo calote da diretoria
Sexta-feira, 27 Abril de 2001, 00h18

Rio - Mesmo acreditando na palavra da diretoria, que prometeu pagar nesta sexta-feira os salários atrasados, Dé teme pelo destino do Botafogo no clássico de domingo, contra o Vasco, caso os dirigentes não cumpram o acordo. Se isso acontecer, o treinador pensa até em montar uma equipe formada apenas por garotos recém-saídos do time de juniores.

"Não quero falar em hipóteses, mas se o pagamento não for feito não sei se conseguirei motivar a equipe. Posso até recorrer à garotada para substituir os jogadores que não se sintam à vontade para jogar. Os garotos estão loucos por uma oportunidade", advertiu o treinador do Botafogo.

Entretanto, Dé sabe que a decisão poderá ser catastrófica, tendo em vista que o Vasco é um time forte, recheado de astros e que precisa da vitória para conquistar o segundo turno do Campeonato Estadual. "Claro que jogar sem os mais experientes é um risco muito grande. Não acredito que algum jogador peça para não entrar em campo. Não posso cobrar determinação e garra de alguém que passa dificuldades, que vê suas dívidas se acumularem", afirmou Dé, admitindo, a possibilidade de uma goleada do time de Joel Santana. "No futebol tudo é possível. O nosso adversário é o franco favorito e não podemos oferecer facilidade alguma. Mas não estou dizendo que se o dinheiro não aparecer nosso time entrará em campo derrotado. Mas também sei que tudo ficará muito mais difícil".

Dé diz confiar no caráter dos jogadores botafoguenses e espera que eles esqueçam os problemas extracampo, caso o pagamento não saia. "Sei das dificuldades desses atletas, porque também convivo com elas. Sou solidário a eles. Não posso fazer de conta que está tudo bem. Mas também sei que a diretoria está trabalhando para resolver a questão", afirmou um preocupado Dé.

Na quarta, no Caio Martins, nem o empate por 1 a 1 da Seleção Brasileira com o Peru, quarta-feira, no Morumbi, foi mais comentado do que o pagamento marcado para esta sexta. Escolado, Dé garantiu que a diretoria já prometeu pagar os salários outras vezes e não cumpriu. "Só acreditarei quando o dinheiro estiver disponível na minha conta e nas dos jogadores. Eles já fizeram outras promessas e acabaram não cumprindo. Mas dessa vez estou confiante de que tudo terminará bem", afirmou o técnico.

L! Sportpress


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