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Maradona apóia greve de jogadores, mas lamenta pela torcida
Quarta-feira, 02 Maio de 2001, 18h35
Atualizada: Quarta-feira, 02 Maio de 2001, 18h37

Rio – O ex-jogador argentino Diego Maradona disse nesta quarta-feira que apóia a greve decretada pelo sindicado de jogadores da Argentina, mas não deixou de lamentar a medida. “Neste país se deve dinheiro a todos os profissionais. Médicos, taxistas, operários. A greve tem seus motivos, isso não se discute, mas na Argentina nada se faz para punir os verdadeiros culpados pela situação. O torcedor acaba sendo prejudicado, pois faz um grande esforço para ir aos estádios no fim de semana e, agora, não haverá jogos”, disse.

A Primeira, Segunda e Terceira Divisões do futebol argentino estão paralisadas num protesto contra as dívidas dos clubes com os jogadores, cujo valor ultrapassa US$ 100 milhões - cerca de R$ 200 milhões. Em uma assembléia realizada na sede do sindicado dos jogadores, ficou acertado que apenas aqueles que disputam a Libertadores por seus respectivos clubes continuarão suas atividades, pelo menos até 16 de maio próximo. Caso não haja uma solução até esta data, a paralisação também atingirá a competição sul-americana.

As declarações de Maradona foram dadas durante entrevista a um programa de televisão. “Os jogadores deveriam ter completado a disputa da Liga atual, e não começar a seguinte”, completou.

A colocação pouco enérgica de Maradona não agradou alguns jogadores em atividade, como o zagueiro do Huracán, Fernando Moner. “Maradona precisa saber que há jogadores sem dinheiro para comprar comida, ou para chegar aos treinos. Nossa decisão de paralisar as atividades não quer dizer que não pensamos no povo argentino”, disse.

O técnico do Chacarita Juniors, Osvaldo Sosa, criticou a administração do futebol de seu país. Ele destacou que, apesar da movimentação das altas quantias, muito pouco chega aos jogadores. “Neste empobrecido país, o futebol é uma das poucas fontes seguras de renda. No entanto, os jogadores quase nada recebem. Espero que este movimento sirva de lição aos dirigentes. Está na hora de começar a fazer as coisas da melhor maneira possível para que, de agora em diante, os jogadores não sejam mais prejudicados”, finalizou.

L!Sportpress


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