São Paulo - O ex-vice-presidente de futebol do Santos José Paulo Fernandes negou que o clube tenha tido contas no exterior entre 1995 e 2000, quando estava no cargo. Ele prestou depoimento na tarde desta quinta-feira na CPI do Senado, que investiga supostas irregularidades no futebol brasileiro. Sobre sua vida pessoal, ele começou o depoimento negando que possua contas no exterior, mas depois confirmou que há dez anos fez movimentações bancárias fora do país.
Questionado pelo senador Geraldo Althoff (PFL-SC), relator da Comissão, Fernandes teve que responder sobre depósitos de R$ 400 mil feitos em dezembro de 1999 na conta do ex-dirigente e que não foram declarados à Receita Federal. Fernandes disse que recebeu este dinheiro como pagamento pela construção de um edifício. Ele disse ser proprietário de um apartamento avaliado em R$ 800 mil e de um automóvel Mercedes Benz.
Fernandes negou que tenha aconselhado o contador do Santos a fazer com que negociações de jogadores não constassem dos balanços contábeis do clube. Mas o ex-dirigente assegurou que não tinha condições de responder sobre o assunto, pois ele fugia das instâncias que eram administradas por ele. O senador Geraldo Cândido (PT-RJ) lembrou que esta prática do Santos contraria os princípios de administração financeira e que pode ter sido usada para encobrir negociatas fora da lei.
Ainda segundo Fernandes, os membros da diretoria anterior do Santos estão sendo perseguidos desde que a diretoria atual resolveu apresentar um relatório de auditoria encomendada. Fernandes acusou o conselheiro Mário Melo de promover uma campanha difamatória na cidade dirigida aos integrantes da diretoria anterior.