São Paulo - Dois de junho de 1991. Última volta do GP do Canadá, em Montreal. O inglês Nigel Mansell lidera com 50 segundos de vantagem e acena para o público, certo da vitória. Na penúltima curva o motor estoura. Piquet, que vinha em segundo, passa o piloto da Williams e, com a sua Benetton vence a corrida.
A vitória do tricampeão, a última de sua carreira, fechou uma série de sete consecutivas de brasileiros. Antes, Piquet vencera duas (Japão e Austrália em 90), e Ayrton Senna quatro (EUA, Brasil, San Marino e Monaco). Com isso, o país se igualou à Itália e Inglaterra como aqueles com mais vitórias seguidas na F-1.
Dez anos depois o panorama brasileiro na F-1 mudou. Depois daquela série, quebrada no GP do México por Nigel Mansell, oBrasil obteve mais onze triunfos, dez com Senna entre 91 e 93. Depois disso, apenas uma corrida foi vencida por um brasileiro (Rubens Barrichello, Alemanha- 2000).
Sem campeões, com corredores que não chegam às escuderias de elite, exceto Barrichello – segundo piloto da Ferrari –, o Brasil está longe do brilho que o levou a ganhar oito títulos mundiais. Assim como Mansell há exatos dez anos, parece que o motor brasileiro parou na estrada.
“Acelera que o Mansell está parando!”
Essa foi a informação que Piquet recebeu pelo rádio na última volta do GP do Canadá. Ele, que nas duas corridas anteriores havia abandonado na primeira volta, tratou de aproveitar a quebra de motor do leão inglês. Venceu a corrida, marcou dez pontos e pulou para 16, ficando em segundo lugar. O líder era Senna, 40 pontos. Foi a última vez que pilotos do Brasil faziam a dobradinha nos primeiros lugares. A vitória fez o Brasil chegar às 68 vitórias em 505 GPs. À sua frente, apenas Inglaterra (76) e a França (70).
Na entrevista, Piquet relembrou que era comum Mansell quebrar e ele vencer. Havia sido assim na corrida do tri de 87 e na vitória no GP do Japão, em 90. O primeiro da série de sete vitórias consecutivas.