Fernando Eichenberg
Direto de Paris
O americano Michael Russell batia com a cabeça na parede, literalmente, ao saber quantas batidas de bola foram trocadas entre ele e Guga durante o match-point que teve a seu favor, no terceiro set, quando vencia por 5/4 e era o dono do saque. Ele achava que haviam sido cerca de 10 raquetadas de lado a lado. Seu técnico, Terry London, imaginava em torno de 14. Na verdade, o ponto que poderia ter sido a despedida de Guga esse ano em Roland Garros teve 26 batidas, 13 para cada jogador. “Tive 13 chances de fechar o ponto ganhar o jogo?! Não acredito!”, dizia Russell, desconsolado.
Russell admitiu que ficou nervoso no momento do match point, e que deveria ter sido mais agressivo. Mas o americano afirmou ter tido grande prazer em ter enfrentado “o número um do mundo em piso de saibro na quadra central de Roland Garros”. Apenas lamentou o fator de torcida ter o apoiado em massa o brasileiro. “É natural, ele já esteve aqui em muitos anos, e venceu duas vezes. Por outro lado, o público francês praticamente não me conhecia. Espero que no ano que vem tenha um pouco mais de gente do meu lado”.
Sobre o coração desenhado por Guga na quadra, ao final do jogo, Michael Russell brincou: “Estava pensando em ir lá e fazer um jogo da velha. Mas acho que ele não reagiria bem”. Depois, disse: “O Guga merece. Ele foi campeão duas vezes aqui,pode fazer o que quiser. Pode ficar pelado e correr em volta da quadra ou que mais quiser”.
Ao final do jogo, Guga cumprimentou Michael Russell junto à rede. “Ele me disse ‘bom jogo, boa luta’. Eu disse para ele ‘foi muito bom; você deveria ter errado a bola naquele match point’. Depois, disse, ‘boa sorte, espero que você vá até o final’”.
Veja também:
Página especial com tudo sobre Roland Garros