Rio - Nem a conquista do tricampeonato foi capaz de acomodar as divergências políticas do Flamengo: o presidente do Conselho Fiscal do clube, Delair Drumbosck, entrou com uma representação no Conselho Deliberativo na terça-feira, solicitando a investigação do balanço fiscal de 2000, assinado por Edmundo dos Santos Silva. Caso sejam confirmadas as supostas irregularidades, uma das punições possíveis é o afastamento do presidente por um ano – seu mandato vai até o fim de 2003 – ou até mesmo em definitivo.
Com a atitude de Drumbosck será criada, até quinta-feira, uma comissão de inquérito com três conselheiros que avaliará, num prazo de 60 dias, se houve ou não irregularidade no processo contábil do Flamengo. Após parecer da comissão, o caso será encaminhado à votação do Conselho Deliberativo, onde Edmundo tem maioria e leva vantagem por isso.
Drumbosck faz graves acusações: segundo ele, o balanço de janeiro de 2000, que foi entregue ao Conselho Deliberativo e à CPI que investiga as irregularidades no futebol brasileiro, não é oficial, o que caracterizaria um crime.
Dumbrosck alega que, recentemente, ao pedir documentos contábeis do clube relativos ao mês de janeiro de 2001, foi informado de que não seria possível obtê-los, já que o balanço de 2000 ainda não estava concluído. Isso, segundo o conselheiro, caracterizou uma irregularidade, já que Edmundo dos Santos Silva já havia, na ocasião, remetido um balanço aos poderes do clube.
"Assumi o conselho em abril deste ano e recebi as contas do ano passado com a assinatura de Edmundo. O problema é que este balanço foi entregue às pressas, com a contadora pressionada, apenas para cumprir os prazos", disse Drumbosck.
O presidente do Conselho Fiscal só faz uma ressalva: o caso não irá extrapolar os trâmites do Flamengo. "Eu não irei a justiça comum. Se a comissão não detectar qualquer espécie de problema, tudo estará resolvido", concluiu.