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Pintor diz que Guga parece com Michelângelo
Quarta-feira, 13 Junho de 2001, 00h04
Atualizada: Quarta-feira, 13 Junho de 2001, 00h05

Floarianópolis - Florianópolis ainda aguarda com ansiedade a chegada de seu mais famoso habitante, Gustavo Kuerten. Esperado na terça-feira pela manhã na ilha, o tricampeão de Roland Garros refugiou-se numa praia do litoral paulista para evitar assédio da imprensa e fãs. No entanto, as homenagens já começaram. Citado por Guga em entrevista coletiva em Paris, o pintor Milton Ascendino Pereira, o Miltinho, já planeja presentear o tenista com outro quadro.

Ele quer agradecer a homenagem que Guga lhe fez em Paris. Classificado como Picasso das quadras pelo russo Yevgeny Kafelnikov – após a brilhante vitória nas quartas-de-final –, o brasileiro disse que não pensava em comprar quadros do gênio espanhol. Afinal, já tinha dois de Miltinho. "Ele acha que meus quadros valem mais do que os de Picasso", surpreende-se o pintor, de 67 anos, quase 60 dedicados à arte. "Acho que Kafelnikov errou ao chamá-lo de Picasso. Guga está mais para Michelângelo. É mais clássico, perfeito, uma unanimidade. Guga é um artista completo".

Guga e Miltinho podem não perceber, mas têm muita coisa em comum. Ambos nasceram em Florianópolis e são afixionados pela ilha – Miltinho só pinta paisagens da capital. Os dois têm projetos sociais: Guga ajuda a APAE; Miltinho criou uma institução que abriga 25 órfãos e oferece educação a mais 120 crianças. E, claro, são apaixonados por tênis. Miltinho afirma ter tido uma grande participação no destino de Guga.

"Eu e o Aldo, pai de Guga, éramos muito amigos. Um dia, dei a idéia de nós aprendermos a jogar tênis juntos, no Lagoa Iate Clube. Foi daí que surgiu a paixão dele pelo esporte. Depois, Aldo incentivou as crianças a jogarem também", lembra.

Testemunha da evolução de Guga como tenista ("ninguém acreditava, todos apostavam no Rafael, o irmão mais velho", confessa), Milton vibrou como poucos com a vitória em Roland Garros. A adoração por Guga é tanta que faz Milton esquecer a idolatria pela cidade natal e pensar em pintar algo diferente. "Quero dar de presente um retratado dele. Será uma tela real, que retrate o modo como ele joga e como leva a vida: com muita garra", afirma.

L! Sportpress


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