Rio - A crise financeira que abrange a maioria dos clubes brasileiros explodiu no elenco do Campinense, da Paraíba, assumindo proporções no mínimo inusitadas. Insatisfeitos com o atraso de seus salários, os jogadores decidiram boicotar a diretoria, recusando a se deslocar até a cidade de Areia, onde o time encontra-se alojado, preparando-se para os jogos do certame estadual. O meio-campista Do Ramo chegou a pedir rescisão de contrato, o que não foi aceito pela presidente Renato Cunha Lima.
A paralisação de um dia atrapalhou a programação da comissão técnica, e serviu de alerta, uma vez que os atletas mais exaltados não descartam a possibilidade de liderar um movimento em defesa de uma greve. Se realmente fosse deflagrada, a greve teria proporções alarmantes, já que a Raposa, correria o risco de ser afastada do Campeonato Paraibano.
Nenhum jogador se manifestou publicamente. A conversa foi reservada com o presidente Renato Cunha Lima. Além de reivindicar o pagamento dos salários, os atletas exigiram da diretoria, o retorno para Campina Grande. O grupo, segundo o goleiro Ronald, estava se sentindo enclausurado em Areia.
Na tentativa de abafar a crise, o presidente Renato Cunha Lima reuniu todos os jogadores no Centro de Treinamento. De imediato, disse que não aceitava chantagem, e que só iria buscar recursos para quitar o débito, se os atletas retornassem as atividades. Na reunião, realizada as portas fechadas, Renato pediu paciência ao grupo, destacando o esforço da diretoria. O dirigente garantiu que o Campinense só deve um salário e meio, e não três, como afirmaram alguns atletas.