São Paulo – A Confederação Sul-Americana de Futebol anunciou nesta quinta-feira que vai realizar a Copa América ainda este ano. Segundo a rádio CBN, a entidade manteve a data inicialmente prevista para o começo do torneio. Assim, a disputa terá o pontapé inicial em 11 de julho na Colômbia.
Há uma semana, a entidade havia adiado a realização do torneio para o ano que vem. Porém, depois do adiamento, que poderia se tornar no cancelamento uma vez que não havia datas para que o torneio fosse realizado, a TV Globo e a Traffic, dona do setor de esportes da TV Bandeirantes, intervieram junto à Confederação Sul-Americana de Futebol (CSF) pedindo para que a situação fosse revista uma vez que sofreriam prejuízos por causa da mudança. A pressão das emissoras foi revelada nesta quinta-feira pela Folha de S.Paulo.
Os cartolas da Sul-Americana se reuniram durante todo o dia em Buenos Aires e decidiram que tudo ficaria como antes do cancelamento. A competição será mesmo organizada pela Colômbia apesar da falta de segurança no país.
A Argentina, porém, já avisou que vai ficar fora do torneio. Antes do primeiro cancelamento, a embaixada do país na Colômbia recebeu uma ameaça de morte aos seus jogadores.
O Uruguai, e até mesmo o Brasil, também foram contra jogar o torneio em território colombiano.
De acordo com o presidente da Federação Argentina (AFA), Julio Grondona, a confirmação desta data é "uma falta de respeito", uma vez que a competição já havia sido transferida para 2002. Grondona alega ainda que os jogadores argentinos já estão de férias. Além disso, alguns atletas, como Hernán Crespo, foram ameaçados de morte pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Segundo informações veiculadas pela imprensa argentina, membros da Conmebol se reuniram com José Hawilla - um dos donos da Traffic, empresa que detém os direitos de transmissão do evento - e ele não se opôs à desistência da seleção platina.
A Argentina estava no Grupo C da competição, ao lado de Canadá, Uruguai e Bolívia. Brasil e Uruguai podem, até sexta-feira, aderir ao boicote argentino à competição.