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Cartola colombiano diz que Traffic forçou realização da Copa América
Sexta-feira, 06 Julho de 2001, 20h02

São Paulo - Pressão dos organizadores da Copa América e da empresa de marketing esportivo Traffic ajudam a explicar a surpreendente decisão da Confederação Sul-Americana de Futebol (CSF) em anunciar a Copa América na semana que vem, poucos dias depois de ter adiado o torneio para 2002.

Uma alta fonte na Confederação Colômbia de Futebol, que prefere não ser identificada, disse à Reuters que a maior pressão maior veio da brasileira Traffic, detentora dos direitos de transmissão do evento. ``A Traffic impôs a Copa'', disse a fonte, por temer processos de televisões de todo o mundo para quem a Traffic revendeu os direitos de transmissão dos jogos.

``Nessa decisão teve um papel muito importante a empresa Traffic, que era a mais preocupada com a suspensão e o adiamento da Copa América, considerando seus contratos com uma grande quantidade de canais de televisão'', disse a uma rádio Romer Osuna Anez, tesoureiro da CSF.

A Traffic foi procurada pela Reuters, mas informou que ninguém estava disponível para esclarecimentos. Esse seria o segundo grande golpe para a Traffic, depois do adiamento do Mundial de Clubes da Fifa, que seria realizado neste ano na Espanha. A Traffic também detinha os direitos de transmissão deste evento.

Os colombianos comemoraram a decisão da CSF, mas o torneio deverá ter pouco brilho. Vários países levarão à Colômbia equipes consideradas reservas, o Canadá já anunciou que não participará e os argentinos decidirão na terça-feira se viajam ou não.

O presidente da Federação Argentina, Julio Grondona, tinha ficado indignado na quinta-feira e anunciou que a Argentina não participaria.

Para muitos colombianos, sediar a Copa América tornou-se uma questão de orgulho nacional, uma chance de mostrar que seu país é capaz de produzir mais do que manchetes sobre explosões de bombas, sequestros por guerrilheiros e cocaína.

Mas nenhum colombiano ficou tão contente com a notícia quanto o presidente Andrés Pastrana. Para ele, ficar sem o torneio teria sido uma humilhante evidência de sua inabilidade para garantir a segurança apesar de ter dedicado seus dois anos e meio de mandato em busca da paz com as Forças Revolucionárias Armadas da Colômbia (Farc).

``Vamos derrotar a violência e a minoria violenta. Vamos torcer pela paz'', disse Pastrana horas depois do anúncio da CSF. ``Nossas forças de segurança, com mais de 20 mil homens encarregados de uma enorme operação, vão garantir a segurança dos visitantes e dos colombianos que participarem desse histórico evento''.

A CSF havia cancelado há uma semana a realização do torneio após o sequestro do vice-presidente da Federação Colombiana, Hernán Mejía Campuzano, pela Farc.

Reuters


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