Rio – Nesta quarta-feira, Remo e CBF reúnem-se para decidir pela inclusão ou não do clube paraense no Campeonato Brasileiro deste ano.
Para se precaver de qualquer resultado que lhe desagrade - ou seja: um parecer favorável ao Remo -, o Clube dos 13 se reúne hoje, em São Paulo, para discutir a criação de uma Liga Nacional e a organização de um campeonato próprio. Esta decisão, porém, desagradou o presidente Eurico Miranda, do Vasco.
Oficialmente, a pauta da reunião tratará do Brasileiro deste ano, direitos de TV e marketing. Mas dela também pode surgir um projeto de modificar dos atuais moldes da competição, que prevê 28 clubes na Série A. A intenção do Clube dos 13 é reduzir este número para 20 participantes.
A preocupação do Clube dos 13 tem origem na liminar que o Remo obteve em junho, na Justiça paraense, através da prefeitura de Belém, para lhe garantir acesso à Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro deste ano. Seus dirigentes exigem os mesmos direitos de Paraná e São Caetano, que também subiram para a série A na Copa João Havelange, do ano passado, e foram confirmadas no Brasileiro deste ano. A CBF tentou, sem sucesso, cassar a liminar da Justiça paraense.
''A reunião definitiva com a CBF acontece na quarta-feira (amanhã). Não admitimos ficar de fora do Brasileiro. Temos o precedente do Gama ao nosso lado'', diz o diretor de futebol do Remo, Almir Lemos, para quem é necessário ''acabar com a bandalheira no futebol''.
Em 2000, o Gama, de Brasília, lutou com a CBF e o Clube dos 13 até conseguir uma vaga na Copa João Havelange. ''Mas o Gama só entrou porque chegou a um acordo com a CBF e os clubes. Desistiu formalmente da ação que havia impetrado para poder participar do campeonato'', lembra o jurista Álvaro Melo Filho, para quem o Remo pode estar entrando numa ''aventura judicial'' perigosa. Mesmo porque, no lançamento do plano quadrienal do futebol brasileiro, que organiza o calendário nacional até 2005, a criação da Liga Nacional que o Clube dos 13 pretende implantar está prevista.
''Se a Liga for realmente criada o Remo corre sério risco'', opina Melo Filho. ''Pela constituição, ninguém pode ser obrigado a associar-se ou ser associado a nenhuma entidade. O Remo não pode obrigar o Clube dos 13 a inclui-lo em sua festa particular'', diz o jurista. ''A liminar do Remo é contra a CBF, e a Liga seria independente. Logo, não há como o Remo incluir-se nela.''
Vasco - O presidente do Vasco, Eurico Miranda, desfiliado recentemente do Clube dos 13, teme pelo resultado da reunião de hoje. ''Pode ser que queiram fazer um campeonato sem o Vasco''. Seja qual for a decisão tomada pelo Clube dos 13, Eurico adiantou que fará oposição. ''Não dou cobertura a nada do que eles fizerem.''