Rio - Aproximadamente 150 mil pessoas receberam Goran Ivanisevic em Split, cidade onde nasceu o atual campeão de Wimbledon e que se autodenomina a mais louca do mundo. Após conquistar na segunda-feira o título no All England Lawn Tennis & Croquet Club, derrotando o australiano Patrick Rafter na final, o tenista desembarcou nesta terça-feira na cidade croata. E tirou suas roupas num palco montado na marina de Split, ficando somente de cueca.
“Não sei o que dizer. Eu esperava uma grande festa, mas não algo tão grande assim. Esse é o dia mais feliz da minha vida e esta será a noite mais feliz da minha vida”, disse o jogador. “Existem apenas 300 mil pessoas em Split, mas somos mais loucos do que qualquer um”.
O público começou a vibrar quando o jato que transportava Ivanisevic sobrevoou a marina da cidade, que é banhada pelo Mar Adriático. Muitos estavam vestindo uma camisa com a frase "Sou um gênio", resposta do tenista para os críticos que afirmavam que o croata seria um jogador que só sabe sacar -- e que por isso jamais seria campeão de um Grand Slam. Num cartaz estava estampado o slogan "Goran para presidente".
Toni Kukoc, jogador de basquete tricampeão da NBA pelo Chicago Bulls, disse que o título de seu compatriota em Wimbledon é um dos feitos mais importantes dos 10 anos de história da Croácia -- o país se separou da Iugoslávia no início dos anos 90. “Eu tomo o título de Goran como um sucesso meu. Nós, desportistas, sabemos muito bem como é difícil conseguir uma coisa tão importante como essa”.
Após tirar a roupa e ficar de cueca, Ivanisevic pôs a camisa número 3 do New Jersey Nets, equipe da NBA pela qual jogava seu compatriota Drazen Petrovic, que morreu num acidente de carro na Alemanha, em 1993. Um ano antes, o jogador de basquete comandara a seleção da Croácia na conquista da medalha de prata nos Jogos de Barcelona -- os croatas perderam na final para a primeira versão do Dream Team americano. O tenista dedicou a Petrovic o título em Wimblledon.