Jogadores aprovam mudanças de Felipão
Terça-feira, 17 Julho de 2001, 09h19
Cali - Luiz Felipe Scolari ensinou bem a lição a seus jogadores. O esquema defensivo do técnico já está na cabeça dos jogadores, que preferem deixar de lado as belas jogadas e evitar o gol do adversário.
Felipão tem defendido com unhas e dentes que o mais importante para a seleção é não tomar gols, e adotou os três zagueiros como sua principal arma na Copa América. Com esse esquema, ele conquistou sua primeira vitória em três jogos, contra o Peru, no domingo.
``É procurar não tomar o gol para depois dar liberdade para os jogadores de frente. Os 30 minutos finais contra o Peru foram fruto de um começo organizado'', disse Juninho Paulista nesta segunda-feira, acrescentando que o Brasil não poderá jogar os 90 minutos como atuou no final da partida de domingo, quando o Brasil tinha um jogador a mais e criou as principais jogadas.
Os jogadores atribuem essa mudança radical no futebol brasileiro à tendência mundial, que privilegia a marcação.
``O futebol mudou. Há mais força e está mais rápido. Hoje ninguém mais joga aberto. Primeiro faz-se o gol para a'' sim jogar no erro do adversário'', explicou o zagueiro Roque Júnior.
A vitória trouxe um clima de alívio aos jogadores, que já se permitem pensar mais alto e falam até em uma grande sequência de vitórias depois de quebrarem um jejum de seis jogos sem vencer.
``Agora é vencer mais um jogo e procurar ganhar em sequência'', disse Juninho Paulista, que teve seu discurso completado pelo meia Alex. ``De nada adianta vencer o Peru e não dar continuidade''.
Além do esquema 3-5-2, a novidade na seleção contra o Peru foi a camisa azul. Scolari admitiu depois da partida que a superstição o levou a optar pelo segundo uniforme nesse jogo, e a camisa amarela tem tudo para continuar fora de jogo na próxima partida, contra o Paraguai.
Foi com o azul do Grêmio que Felipão conquistou a Copa Libertadores, a Recopa, o Campeonato Gaúcho e a Copa do Brasil, entre outros títulos. E, se os jogadores não seguem a mesma mística do técnico, pelo menos não se opõem à idéia.
``Foi uma mudança que tentaram e deu certo, mas não foi por causa da camisa azul que ganhamos'', disse Juninho Paulista, explicando que as camisas foram trocadas no vestiário, pouco antes do início do jogo.
O mais favorável à mudança é Émerson, que estava de azul quando acompanhou seus colegas no treino realizado de manhã para fazer massagens. ``Eu também supersticioso e neste momento também estou com a azul'', disse.
Reuters
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