Rogério critica políticos e revela ser fã de Paulo Coelho
Maurício Rossi
São Paulo – Quando não está fazendo defesas ou cobrando faltas, o grande passatempo do goleiro são-paulino Rogério Ceni é ler os livros do escritor e mago Paulo Coelho. “Não costumo ler muito, mas gosto dele. Também procuro ler coisas relacionadas com a minha profissão.”
Rogério contraria o estereótipo dos boleiros e diz ser avesso a badalações. “Prefiro ficar em casa, assistindo um vídeo com a minha mulher.” Na tela, a sua idolatria é pelo ator Al Pacino. “Meu filme preferido é Perfume de Mullher.”
O goleiro fica sério na hora de falar sobre a realidade brasileira. “Os políticos são os grandes responsáveis pelo mal do Brasil. Um país que tinha tudo para dar certo. Tem um potencial enorme. Realmente, uma grande decepção.”
Nascido em Pato Branco, no Paraná, o são-paulino iniciou a carreira no Sinop Futebol Clube, do Mato Grosso. “Eu era funcionário do Banco do Brasil, jogava na AABB, e fui ser terceiro goleiro do Sinop.”
Mas, como diz o ditado, todo bom goleiro também tem sorte. A história não é diferente no caso de Rogério. “Entrei no meio do campeonato e fui campeão mato-grossense. De lá, vim para o São Paulo e cheguei neste estágio lamentável, ficando quase careca”, brinca o goleiro.
Aos sábados, o Centro de Treinamentos vive repleto de torcedores, que de toda parte do Brasil aparecem para ver os ídolos. Nos últimos anos, Rogério Ceni tem sido, sem dúvida, o mais aplaudido pelo público que comparece aos treinos. “Eu procuro dar a melhor atenção possível, pois é ele que vai ao estádio, que chora, reza.”
Entre os ídolos do goleiro no esporte estão três brasileiros Guga: Ayrton Senna e Pelé, além do norte-americano, Michael Jordan. “Sempre me espelhei no Ayrton”, revela. Mas há um fato muito curioso. Nenhum desses ídolos ele teve a oportunidade de conhecer. “Nunca vi o Pelé pessoalmente”, diz o goleiro, com aparente ar de frustração.
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