Monza (Itália) - O presidente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), Max Mosley, afirmou que a Fórmula 1 não pode ``se render ao terrorismo'' e deve prosseguir com a organização do Grande Prêmio dos Estados Unidos.
``Não podemos fazer concessões ou nos render ao terrorismo'', divulgou em um comunicado, respondendo à pergunta se julgava apropriada a realização da corrida depois dos ataques terroristas desta semana. A nota tinha data de 13 de setembro, mas foi divulgada no sábado, dia 15, no Grande Prêmio da Itália.
No entanto, ainda não há um consenso a respeito do GP, que seria disputado em Indianápolis, em 30 de setembro. Ralf Schumacher declarou na quinta-feira que não gostaria de ir, enquanto Ron Dennis, chefe da equipe McLaren, ponderava os problemas de logística, na sexta-feira.
Mosley manteve-se inflexível. ``Ninguém no automobilismo sugeriu o cancelamento de qualquer evento'', garantiu. ``Qualquer um que possa ajudar as vítimas do desastre deve fazer isso, assim como qualquer um que possa ajudar a prender os responsáveis''.
``O dever do restante de nós é continuar da mesma maneira e não fazer concessões ao terrorismo''.
O britânico disse não estar preocupado com a segurança do evento. ``As autoridades americanas sem dúvida vão tomar as providências apropriadas para proteger o público'', diz ele. No ano passado a corrida atraiu cerca de 250 mil espectadores.
Juan Pablo Montoya, vencedor das 500 milhas de Indianápolis no ano passado é a favor da prova. ``Deveríamos seguir em frente'', disse Montoya aos repórteres. ``O que aconteceu lá foi insano, inacreditável, mas eu acho que a pior coisa que eles podem fazer é tentar parar o país''.
O irlandês Eddie Irvine, cuja equipe, Jaguar, é de propriedade da norte-americana Ford, concorda com a opinião de Montoya. ``Eu não acho que você deva mudar seu modo de vida por causa de alguns idiotas'', afirma. ``É como na Irlanda do Norte, vivemos com isso há 30 anos. Essas pessoas querem causar tanta confusão quanto possível. Não podemos ceder, essa é a resposta''.
Dennis levantou dúvidas na sexta-feira se a situação política poderia impossibilitar a viagem para os EUA. Ele disse ainda que a Fórmula 1 tem de dar apoio ao GP, uma vez que o cancelamento significaria perdas significativas para os organizadores.