Rio - Além de muitos gols, na vitória por 4 a 3 da Ponte Preta sobre o Atlético Mineiro, na noite de quarta-feira, em Campinas, pelo Campeonato Brasileiro, a partida ainda foi marcada por muita confusão envolvendo jogadores do clube mineiro e o árbitro paranaense Heber Roberto Lopes.
No início do segundo tempo, quando o goleiro Velloso foi expulso de campo por ter reclamado da marcação de um pênalti, no fim da etapa inicial, os jogadores atleticanos cercaram o árbitro, insistindo nas reclamações e, segundo os próprios jogadores, Heber teria ofendido verbalmente o zagueiro Álvaro, ao chamá-lo de "preto". “Ele chamou o Álvaro de preto e vai ter que responder por isso”, disse o atacante Guilherme.
Álvaro confirmou que foi ofendido pelo árbitro e prometeu buscar uma punição para o que considerou de agressão grave. “Ele me agrediu verbalmente e foi uma agressão grave. Agora quero ver o que acontece com o árbitro que agride o jogador. Isso não vai ficar assim, não”, desabafou Álvaro.
O árbitro paranaense se defendeu dizendo que em momento algum teria feito qualquer tipo de ofensa ao jogador atleticano. “ Eu tenho um respeito muito grande pela raça negra e jamais teria dito uma coisa dessas”, disse Heber.
De acordo com a Constituição Federal (artigo 5º, inciso XLII), a prática de discriminação racial constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão.