Indianápolis - O tetracampeão mundial de Fórmula 1 Michael Schumacher traçou um paralelo entre sua reação aos ataques aos Estados Unidos e ao trauma que passou com a morte de Ayrton Senna.
Schumacher, que se prepara para o Grande Prêmio dos EUA no domingo, disse aos repórteres na sexta-feira que, apesar de suas emoções terem sido mais fortes após a morte de Senna, em 1994, sua consciência da tragédia norte-americana foi maior por ser mais velho.
``Não foi tão extremo quanto a morte de Senna em 94'', afirmou o alemão, que se esforçou para encontrar palavras que expressassem suas emoções nos dias após os ataques a Nova York e Washington.
``Foi um período muito difícil para mim e para meus companheiros'', disse, lembrando o quanto foi duro voltar a um carro de F-1 depois do acidente em Ímola.
Schumacher, de 32 anos, afirmou, porém, que sua juventude de certa forma o protegeu à época. “Quando você é jovem, talvez tenha uma visão menor do que realmente aconteceu. Você é muito jovem para entender...mas agora, com minha idade, isso me toca mais profundamente e me faz sofrer muito mais'', explicou.
Sobre os ataques aos EUA, Schumacher disse que demorou pelo menos uma semana para entender o que aconteceu e que sua família o ajudou a superar o choque.
``A principal coisa foi a família, quando você está com sua família e seus filhos. As crianças não entendem o que aconteceu e querem brincar, sair, e isso o mostra que a vida continua'', afirmou.
Na última corrida, em Monza, há duas semanas, logo após os ataques, Schumacher chegou em quarto lugar -- pior colocação em mais de um ano.
Ele disse que nunca pensou seriamente em não correr em Indianápolis, corrida que venceu no ano passado, na estréia do evento. O alemão contou que recebeu vários e-mails de torcedores pedindo que ele participasse da prova.
``Tive uma hesitação normal que todos tiveram'', declarou. ''Se a guerra tivesse começado, nenhum de nós gostaríamos de vir aqui. Nenhum de nós teria vontade de pilotar um carro''.