São Paulo – O paulista Felipe Massa, novo brasileiro na Fórmula 1, participa nesta segunda-feira de um bate-papo com os internautas do portal Terra. A partir das 15h, ele vai responder as perguntas mandadas durante a conversa. Para mandar perguntas com antecedência, clique aqui. Para participar do bate-papo, clique aqui no horário determinado.
A estréia do brasileiro Felipe Massa como piloto da Sauber já tem data marcada. O campeão europeu da F-3.000 irá abrir a temporada de testes pelo time suíço em 8 de janeiro no circuito espanhol de Barcelona. Apesar de o trabalho nas pistas começar apenas em 2002, Massa terá pela frente uma série de eventos de patrocinadores. Ainda tem que fazer um curso intensivo de inglês para se comunicar melhor com a equipe. De quebra, terá que se submeter a dez dias de avaliação física. "É até melhor essa agitação toda, para que eu comece a entrar no clima da Fórmula 1", diz. Peter Sauber, dono da equipe, admitiu que a contratação do brasileiro tem certo risco envolvido. Ele tratou de explicar logo.
Para Sauber, apostar em jovens talentos sempre tem seu grau de incerteza. Neste ano, ele tentou com o finlandês Kimi Raikkonen e se deu bem. O jovem piloto terminou a temporada em nono lugar, com nove pontos, e garantiu um contrato para guiar pela McLaren no ano que vem. Com Massa, pretende manter o bom nível de pilotagem de sua dupla (o outro piloto é o alemão Nick Heidfeld) e, pelo menos, repetir a colocação da equipe no Mundial de Construtores este ano. A Sauber ficou em quarto lugar, atrás apenas das "grandes" Ferrari, McLaren e Williams.
Funilaria - A carreira de Felipe Massa é diferente da maioria dos pilotos do País que chegam à Europa para tentar a sorte no automobilismo. Sem um patrocinador forte, teve que procurar uma forma de bancar as despesas. Massa desembarcou na Itália no começo de 2000 com a intenção de disputar seis etapas do campeonato local, mas os bons resultados que obteve na categoria o fizeram permanecer até o fim do ano. Tempo suficiente para que conquistasse não só o Campeonato Italiano como também o Europeu. Apesar dos títulos, a vida não foi fácil.
Nas duas primeiras semanas no "país da bota", Massa trabalhou como funileiro. "Ajudava a pintar e a lixar carros de corrida", descreve. Para completar o orçamento, Massa vendeu até alguns prêmios que ganhou. Depois de fazer a pole position e a melhor volta em Monza, o brasileiro ganhou 2 mil cervejas e vendeu tudo. "Como eu não bebo, não tinha nada para fazer com tanta cerveja e acabei vendendo tudo para ajudar", lembra. "Se o piloto tem talento e dinheiro, é muito mais fácil para atingir os objetivos", desabafa. "Já um piloto de talento e sem dinheiro vai sofrer bastante e pode até não chegar." Esses obstáculos, no entanto, talvez tenha deixado o brasileiro mais determinado. "Agora, vou atrás do meu sonho, que é ser campeão do mundo de Fórmula 1."