São Paulo - Pelé havia declarado em Nova York que no máximo em uma semana se defenderia das denúncias do ex-sócio Roberto Seabra - publicadas na Folha de S.Paulo - de que sua empresa, a Pelé Sports & Marketing, teria embolsado US$ 700 mil destinados a campanha do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) da Argentina que não foi realizada. E na quarta, ao desembarcar em São Paulo, além de anunciar o fechamento da empresa sob suspeição, anunciou que deixará nas mãos do filho e ex-goleiro Edinho a administração da Pelé Pro, sua nova agência de marketing, com sede em São Paulo.
Mas o empresário e Atleta do Século terá de se defender de nova denúncia. O empresário Hélio Vianna, outro ex-sócio da extinta PS&M, distribuiu nota oficial declarando que Pelé sabia, sim, da existência da empresa paralela Klavi Projetos Especiais dentro da Pelé Sports. A Klavi, segundo Vianna, tinha contratos assinados com clubes brasileiros e, inclusive, com a Rede Globo, e movimentou cerca de R$ 3,5 milhões.
Pelé voltou a falar sobre a auditoria que mandou fazer na PS&M e a negar que sabia do desvio de US$ 700 mil. ''Eu estou fazendo uma auditoria e, em uma semana, terei as respostas sobre quem são os culpados e como aconteceu. Fui enganado. Estão desrespeitando a marca Pelé, que tem mais de 30 anos'', defendeu-se o maior jogador de futebol de todos os tempos.
Mudanças - Assim que desembarcou de Nova York, onde participou do lançamento da campanha conjunta do Unicef com a Fifa, Pelé afirmou que está transferindo todos os contratos pessoais para o escritório de São Paulo. ''Não é de hoje que eu estava pensando em mudar meus negócios para cá. O Edinho já está cuidando da Pelé Pro, e não terei mais nada no Rio de Janeiro'', afirmou o ex-jogador e atual empresário.
Mesmo antes da existência da denúncia, Pelé já havia decidido encerrar as atividades da agência no Rio de Janeiro, por estar insatisfeito com a gestão do sócio Hélio Vianna, presidente da Pelé Sports e dono de 40% da empresa, com quem já não mantinha mais bom relacionamento.