Montevidéu - O Uruguai acusou a Austrália de estar usando o incidente que aconteceu na chegada da seleção australiana a Montevidéu como desculpa para pedir a mudança do local da segunda partida pela repescagem para a Copa do Mundo.
O técnico australiano Frank Farina pensou em levar sua equipe à Argentina para treinar para o jogo de domingo, que vai definir a 32a. e última equipe classificada para a Copa do Mundo de 2002, depois que o incidente provocou uma agitação entre os governos dos dois países.
A equipe de Farina, que venceu o primeiro jogo por 1 x 0, foi hostilizada por um grupo de torcedores no aeroporto na quarta-feira. A televisão australiana mostrou imagens de Farina limpando cuspe de seu rosto.
Como a equipe australiana, a mídia e os dirigentes continuaram a reclamar, o Uruguai disse que os incidentes são comuns na América do Sul.
``Acho que isso foi superado, mas eles ficaram bastante descontrolados'', disse Eugenio Figueredo, presidente da Associação Uruguaia de Futebol (AUF). ``Quando jogamos na Argentina, Peru, Chile, Colômbia ou Equador, ou vice-versa, é bastante comum que esse tipo de coisa aconteça. Mas eles não estão acostumados a isso'', completou.
``É claro que eles gostariam que o jogo acontecesse em um local neutro, eles gostariam de tirar nossa vantagem de jogar em casa. Mas esse é um país pacífico em que você pode andar nas ruas à noite'', ele disse.
Na Austrália, o ministro das Relações Exteriores Alexander Downer disse que o embaixador do país na Argentina e dois funcionários da embaixada receberam ordens para viajar a Montevidéu visando discutir a segurança com as autoridades uruguaias.
A Austrália treinou pela primeira vez na quinta-feira à tarde com um forte esquema de segurança, e Farina disse que os australianos decidiram permanecer em Montevidéu por acharem que a estrutura no hotel está adequada.
Ele explicou que a equipe vai ficar apenas no hotel, do qual só vão sair para treinar e para o jogo.
``Discutimos isso rapidamente. Dependia da situação que estaria no hotel porque não queríamos uma repetição do que aconteceu no aeroporto'', disse o técnico. ``Há um segurança em cada andar''.