Rio - O supervisor do Flamengo, José Eduardo Chimello, exibia nesta segunda, na Gávea, um fax em que pedia à Polícia Militar de São Paulo, na sexta-feira, escolta da delegação rubro-negra. Ao mesmo tempo, o presidente Edmundo dos Santos Silva prometia esforços para investigar se houve negligência da polícia paulista, que só acompanhou o time até a saída de São Cetano do Sul.
No entanto, o que ninguém quis explicar foi a falta de seguranças do clube acompanhando a delegação. Um fato que irritou os jogadores. Segundo um funcionário ligado ao futebol rubro-negro, cada segurança ganha R$ 50 para viajar. Estava decidido que, após os incidentes em Juiz de Fora, quando um torcedor invadiu o ônibus para agredir Petkovic, seis seguranças viajariam com a equipe. No entanto, a diretoria decidiu cortar gastos e ignorar o risco.
“Os jogadores estavam totalmente desprotegidos. Deste jeito a coisa não pode ficar. E não vai ficar. A diretoria já está ciente de que, desta maneira, não poderemos continuar. Uma providência precisa ser tomada”, desabafou o goleiro Júlio César, assustado, já no Rio de Janeiro. “A gente fica assustado. Os caras estavam com pedras. Já que o salário não é pago, segurança é o mínimo que o clube pode dar aos profissionais”, emendou Juan.
O zagueiro, assim como Reinaldo, dormiu em São Paulo por precaução. Com medo da reação da torcida no desembarque, ele ficou na capital paulista até o fim da tarde desta segunda.
O vice de futebol, Walter Oaquim, dizia não saber a razão da ausência de seguranças na viagem. No entanto, no desembarque dos jogadores, no Rio, três carros da Polícia Militar cercavam o ônibus do Flamengo. Alguns jogadores, revoltados com o que acontecera, decidiram ir para casa em carros de parentes.