São Paulo - Quatro meses e 27 rodadas depois, começa na quarta-feira a verdadeira triagem do Campeonato Brasileiro, a que vai definir o campeão de 2001. Mais uma vez o regulamento, aprovado pelos clubes, é o grande vilão. E, neste ano, as quartas-de-final e semifinal ainda vão ser disputadas em apenas uma partida.
O maior prejudicado pode ser o São Caetano, garantido como o primeiro colocado da fase inicial com duas rodadas de antecedência. Como “vantagem”, o time paulista vai jogar em casa e por dois empates, nos 90 minutos e na prorrogação, para avançar à próxima fase.
“Esse regulamento é suicida. O São Caetano fez um grande trabalho, uma campanha bonita e agora pode jogar 90, 120 minutos e ser desclassificado. Além do mais, temos que jogar por dois empates em um só jogo, o que é ainda mais injusto”, reclama o atacante Anaílson, do Azulão.
Outro que faz coro às reclamações é o treinador do Atlético-MG, Levir Culpi, que também garantiu na primeira fase a possibilidade de decidir em casa a vaga na semifinal.
“O regulamento é injusto e ruim, o que não chega a ser novidade. Não é de hoje que eu defendo a fórmula com pontos corridos”, afirma Levir, que já teve a experiência, em 1996, de realizar a melhor campanha da competição e ser eliminado de cara no mata-mata.
“Pelo menos tenho a certeza de que esse regulamento não vai ser repetido. Isso porque eles mudam todo ano”, ironiza ainda o técnico do Galo.
Mesmo quem vai atuar fora de casa e, teoricamente, tem menos a perder, também reclama das regras.
“O fato de decidir em uma única partida só prejudica. É ruim, principalmente para os times que conquistaram o direito de decidir em casa”, afirma Washington, da Ponte Preta.
Por outro lado, há quem diga não se preocupar com o regulamento. É o caso de Nelsinho Baptista, técnico do São Paulo que, se garantir a vaga, vai ter que jogar como visitante e sem a vantagem do empate.
“Se um time quer ser campeão, não pode se preocupar se vai jogar com o primeiro ou com o oitavo. O campeão passa por cima disso tudo”, desdenha Nelsinho. Em 1990, ele classificou o Corinthians em oitavo lugar e o levou ao título brasileiro.