Rio - Quando chegou ao Flamengo com a missão de livrar o time do rebaixamento no Brasileiro, Carlos Alberto Torres fez uma promessa: disse que, se fosse mantido no cargo em 2002, lutaria pelo fim da concentração antes dos jogos. Como a diretoria adiantou que renovará o contrato do treinador, os jogadores sonham com o descanso.
“Torço para que ele cumpra sua palavra. Ficar em casa com a família é o melhor descanso que existe”, disse o zagueiro Juan.
Júlio César, por sua vez, lembrou que os jogadores do Flamengo tiveram uma rotina desgastante em 2001, fato que pode se repetir ano que vem, caso o time chegue à decisão do Mundial Interclubes.
E não é de hoje que o Flamengo sofre com a maratona de jogos: em 99 foram 73, apenas três a menos que os do ano passado. Com os dois jogos contra o San Lorenzo, pela final da Copa Mercosul, o time alcançará este ano o número de jogos de 2000.
“Fiz as contas com Juan no quarto da concentração e vi que já joguei 70 vezes este ano. Só de viagens a Brasília foram 12”, disse o goleiro.
Carlos Alberto Torres lembrou que não gostava de concentrações nos tempos de jogador. “No Santos, em 73, nos concentrávamos numa chácara que era muito úmida. Fiquei alérgico e a diretoria me liberou. Desde então, fiquei mal acostumado”, explicou o técnico, acrescentando que Pelé falava sozinho e assustava os companheiros.
Júlio César apontou outro ponto positivo caso os jogadores deixem mesmo de dormir juntos nas vésperas dos jogos: não atormentará mais Juan, seu companheiro de quarto, que sofre com seu ronco.