Rio - O técnico argentino Héctor Cúper, da Inter de Milão, revelou em entrevista ao jornal italiano "La Reppublica" sua concepção do futebol, suas idéias, influências e sua experiência do futebol italiano.
Rei dos vice-campeonatos, Cúper é admirado por muitos por chegar a várias decisões mesmo sem conquistá-las, e criticado por outros por não levantar as taças.
“Para mim, chegar a uma decisão é um mérito. Perdê-la, uma circunstância. Eu jogo sempre para ganhar, mas cada um é livre para me julgar como quiser, um perdedor ou um vencedor”, disse o chefe de Ronaldo.
Defensor do tradicional esquema 4-4-2, Cúper fez questão de dizer que se preocupa em analisar os adversários de cada partida. “Minha equipe tem uma estratégia definida, mas as variantes são indispensáveis. Não se pode ignorar os rivais. Com quatro defensores estamos mais protegidos dos contra-ataques, mas quando atacamos, apenas três ficam nas funções defensivas.”
Ao comparar o futebol praticado na Espanha, Itália e Argentina, Cúper deixou escapar que no futebol italiano há poucos espaços para o futebol-arte e fez elogios ao futebol do seu país.
“Na Espanha há mais espaço e apreço por belas jogadas. Na Itália o futebol é mais veloz e existe maior pressão sobre o adversário. Não quer dizer que seja um futebol ruim. Já na Argentina, é diferente dos dois. Lá a bola é acariciada, amada, tratada com carinho, não se entrega logo, como se estivesse queimando.”
Sobre a paixão pelo esporte, Cúper comparou o futebol ao tango de Buenos Aires. “Quando saio de casa digo sempre que vou trabalhar. O futebol é dramático como o tango: a mulher de tua vida, depois de duas estrofes da canção te mete os chifres. O futebol é um drama com algumas flechadas de alegria.”