São Paulo - Os atacantes Ewerthon e Gil foram as maiores revelações do Corinthians em 2002. O primeiro foi vendido logo depois, enquanto Gil ficou no Brasil como maior esperança da Fiel. Virou titular do Corinthians, mas uma lesão no tornozelo o tirou da equipe. Atualmente, Gil anda esquecido. Luís Mário, que voltou do Grêmio, e Luizão, que pode se transferir para o Betis, são os favoritos para formar a dupla de ataque no início do ano.
Você foi, ao lado de Ewerthon, a maior revelação do clube em 2001. Apesar disso, os atacantes mais badalados neste início do ano no Corinthians são Luís Mário e Luizão. Você se sente esquecido?
Gil: Não, de maneira nenhuma. Sumi da mídia porque as negociações, quem fica e quem sai, interessa mais nessa época. Quanto a mim não tem segredo. Tenho contrato até 2005.
Por ter virado titular no primeiro semestre você acha que foi valorizado como deveria?
Não como eu gostaria, mas a diretoria tem outros problemas para resolver. Não vou forçar a barra agora, mas ela tem de ver isso depois. Quando chegar a hora, vamos conversar.
L!: Antonio Roque Citadini (vice de futebol do Corinthians) afirmou, durante o Paulistão, que havia muita mídia em cima da molecada do São Paulo. Ele disse que bons mesmo eram você, o Ewerthon.
Gil: Eu lembro (risos).
Você acha que foi mais valorizado que Kaká na renovação do contrato?
Gil: Não sei como está o Kaká no São Paulo, mas acho que não. Normalmente, os clubes valorizam os atletas que se destacam. Eles têm de dar respaldo para você continuar no clube.
Por que seu segundo semestre não foi tão bom quanto o primeiro?
Gil: Eu estava jogando bem, mas tive uma lesão (no tornozelo) e saí do time. Isso atrapalhou. O ano foi bom, mas poderia ter sido melhor.
E o que aconteceu com o Corinthians no Brasileiro?
Gil: O time mudou. Outros jogadores chegaram e, sem entrosamento, o rendimento caiu. Acho que com esse trabalho que está sendo feito agora o Corinthians vai voltar a crescer.
O Corinthians pode perder Luizão, mais um ídolo da torcida. Você acha que o clube deveria segurá-lo?
Gil: É difícil falar. Vai ser bom para o Luizão. O Corinthians vai perder muito porque tem um grupo jovem e ele é um cara experiente. Mas pelo que o futebol apresenta hoje, os clubes estão precisando vender as estrelas para fazer caixa. E estão valorizando mais as categorias de base.
Então a crise financeira favorece quem está começando.
GIL: É, quem ainda busca seu espaço está ganhando. Hoje os clubes estão evitando trazer as estrelas da Europa porque os salários são muito altos.
Qual a primeira impressão que você teve do (técnico) Parreira?
Gil: Ele é bem tranqüilo. Não pega no pé como fazia o “professor” Wanderley (Luxemburgo, ex-técnico). Agora nós, eu e os jogadores vamos ter de nos cuidar sozinhos. Eu cresci muito com o Wanderley e quero continuar evoluindo com o Parreira.