Rio - Os pagamentos feitos pela ISL ao Flamengo estão sob suspeita. Há indícios de que a diretoria do clube deu informações falsas sobre o contrato e a quantia recebida da empresa suíça, com quem manteve parceria até o ano passado. Foi o que concluiu a Ernest & Young, empresa encarregada de cuidar dos interesses dos credores da ISL, no início das investigações sobre os pagamentos feitos ao Flamengo.
O síndico da massa falida da ISL, Thomas Bauer, disse que a sua "análise inicial claramente não corresponde com a visão da diretoria do Flamengo". Ou seja, em sua apuração até agora, ele verificou que não são verdadeiras as informações dadas pelo presidente do clube, Edmundo dos Santos Silva.
Na rescisão de contrato entre a Flamengo Licenciamentos (empresa da ISL) e o Flamengo, consta um total de US$ 62,6 milhões (R$ 143,88 milhões) de pagamentos da empresa ao clube. A esse valor, deve ser acrescido mais US$ 2,1 milhões (R$ 4,83 milhões) porque a empresa se comprometeu a pagar dívida com o Corinthians pela compra de Edílson.
Há suspeitas sobre o destino de parte desta quantia. Essas dúvidas surgem em relação às negociações de jogadores, como o caso de Petkovic, em que parte do dinheiro foi para empresas situadas em paraísos fiscais.
Por isso, a Ernest & Young está rastreando todos os cheques da ISL que foram registrados como pagamentos ao Flamengo. O objetivo é descobrir quem são os donos das contas no exterior em que foram depositadas quantias em dinheiro.
Por e-mail, enviado em dezembro de 2001, Bauer informou que ainda está investigando os pagamentos da empresa. Por isso, ele não quis fazer mais comentários sobre o tema.
Ao Conselho Fiscal do Flamengo, que também o consultou, Bauer deu a mesma resposta. Em uma carta, os conselheiros fizeram questionamentos sobre pagamentos da ISL. Bauer já tinha entrado em contato com a CPI do Senado, que investigava Edmundo, para trocar informações.